Enfoque da China: Algodão de Xinjiang proporciona mais do que calor

Fonte: Xinhua Published: 2020-10-20 16:24:10
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À medida que a temperatura cai em outubro, algumas áreas da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, no noroeste da China, gradualmente ganham um tom branco, mas não por causa da neve. Trata-se da safra do algodão, um cultivo de grande importância não apenas para Xinjiang.
O sol intenso, o clima árido e a grande disparidade de temperatura entre o dia e a noite fazem de Xinjiang um lugar ideal para o cultivo de fibra natural.
Xinjiang é a maior região de cultivo de algodão da China, ocupando o primeiro lugar nacional em termos de produção total, por unidade e área de plantio há 25 anos.
Em 2020, a área total de plantio de algodão em Xinjiang chegou a 2,51 milhões de hectares, quase o mesmo que em 2019. Estima-se que Xinjiang terá neste ano uma outra grande safra.
O cultivo do algodão é muito importante para a região do extremo oeste da China. É a principal fonte de renda para muitos agricultores, especialmente nas regiões mais pobres ao sul de Xinjiang.
Dados da Associação de Algodão da China (AAC) apontam que mais da metade dos agricultores de Xinjiang produzem algodão, sendo a maioria de minorias étnicas. A cultura algodoeira é a principal fonte de renda agrícola no sul de Xinjiang.
Os campos de algodão de Xinjiang não somente garantem sustento aos cultivadores, mas também a muitos trabalhadores migrantes, que se deslocam para trabalhar na colheita em locais de difícil extração com maquinário.
No ano passado, cerca de 4 mil pessoas na vila de Aral, na subregião de Aksu, participaram da força-tarefa migrante de colheita do algodão, faturando em média 6 mil yuans ( US$ 895) per capita em dois meses, com o coletor campeão embolsando cerca de 23 mil yuans.
Atualmente, mais de 90% do algodão do norte de Xinjiang é colhido por máquinas. Esta prática também está se tornando popular no sul de Xinjiang.
A crescente modernização da indústria do algodão também gera empregos. Zulyar Nijat, de 27 anos, universitário graduado no centro de algodão Yuli, do sul de Xinjiang, fez uma incursão nos campos algodoeiros no início de setembro, trabalhando com seu irmão mais velho na pulverização de desfolhantes por meio de drones para facilitar a colheita.
"Podemos pulverizar desfolhantes em cerca de 13,3 hectares numa manhã inteira, ganhando cerca de 1.200 yuans". É uma bela remuneração", comentou Zulyar.
O setor têxtil de algodão a jusante é outro grande gerador de empregos, oferecendo cerca de 600 mil postos de trabalho locais, mostraram os dados da AAC.
A importância da matéria-prima utilizada nos têxteis ganhou destaque este ano em meio à epidemia da COVID-19, devido ao aumento da demanda de algodão para a produção de equipamentos de proteção e outros suprimentos médicos.
De acordo com a China Railway Urumqi Group Co. Ltd., as ferrovias de Xinjiang transportaram quase 2,7 milhões de toneladas de algodão durante o período de janeiro a julho, representando um aumento anual superior a 83%.
A produção de algodão de Xinjiang representa cerca de um quinto do total mundial, enquanto as exportações de têxteis e vestuário da China respondem por cerca de um terço do valor global. Além disso, para impulsionar o crescimento da indústria, Xinjiang tem compartilhado sua experiência no cultivo do algodão com outros países da Ásia Central.
As indústrias têxteis e de algodão da China têm se empenhado em proteger os direitos dos trabalhadores e melhorar suas condições de trabalho e de vida para que produzam produtos de alta qualidade e ofereçam serviços estáveis e eficientes de cadeia de fornecimento para marcas globais de vestuário e varejo, disse a AAC em agosto em um comunicado conjunto com a Câmara do Comércio para Importação e Exportação de Têxteis da China.
Os agricultores de algodão e trabalhadores têxteis da China, entre outros, têm contribuído muito para o crescimento do mercado têxtil mundial de algodão, e merecem ser tratados de forma justa, conforme o comunicado.

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