Chanceler português: Portugal dá importância à Expo Shanghai e saúda abertura chinesa

Published: 2018-11-01 17:09:34
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O ministro das Relações Exteriores de Portugal, Augusto Santos Silva, fez uma visita oficial à China entre os dias 18 e 23 de outubro. Antes de regressar a Portugal, ele concedeu uma entrevista exclusiva à Rádio Internacional da China na embaixada de Portugal na China. Silva afirmou que Portugal dá grande importância à Expo Internacional de Importação da China. Ele saudou a ampliação da abertura chinesa e expressou a disponibilidade de defender o livre comércio. O ministro ainda elogiou a iniciativa Cinturão e Rota e disse acreditar que o acoplamento estratégico chinês e europeu na área de interconectividade trará oportunidades para o desenvolvimento de Portugal.

A primeira edição da Expo Internacional de Importação da China será realizada entre dias 5 e 10 de novembro em Shanghai. Silva revelou que Portugal presta grande importância ao evento e que a delegação portuguesa será chefiada pelo ministro da agricultura. Segundo o ministro, a ampliação de abertura do mercado chinês é elogiável.

“Nós saudamos os passos dados na China no sentido de abertura do seu mercado. Estes passos parecem-nos muito importantes, e sobretudo parecem-nos necessários. Hoje a UE é o primeiro parceiro comercial da China. A China é um grande país exportador, e os nossos mercados estão abertos aos produtos chineses, naturalmente com as regras de concorrência, designadamente as regras da OMC. Tudo o que significa maior abertura do mercado chinês às importações, tudo o que significa redução das chamadas barreiras não alfandegárias à importação, são medidas economicamente inteligentes e que garantem esta reciprocidade, esta vantagem mútua que é o coração de qualquer relação comercial.”

Para avaliar as relações bilaterais, Silva disse que há grande crescimento do comércio, investimento e turismo. De acordo com ele, o comércio bilateral, quer nas exportações, quer nas importações, aumentou significativamente nos últimos cinco anos. A China é hoje o 6º fornecedor de bens a Portugal e o 11º cliente de produtos de Portugal. E o comércio bilateral alcançou 5,5 bilhões de euros em 2017.

“No plano de investimento, Portugal é o 4º país europeu onde a China mais investiu na última década. Portugal será o 7º país europeu com mais investimento chinês. E há oportunidades de mais investimento proveniente da China em Portugal. O que nós precisamos é que as oportunidades sejam nos dois sentidos. E, portanto, que o mercado chinês se abra mais às exportações portuguesas, designadamente do agro-alimentar.”

O crescimento do unilateralismo e do protecionismo comercial vem ameaçando o desenvolvimento da economia global. Para o ministro português, China e Portugal, assim como a China e a União Europeia, devem reforçar a cooperação em agendas multilaterais para resistir ao protecionismo e defender o livre comércio.

“Devemos cooperar nas agendas multilaterais em que se reveem designadamente na agenda do clima, na agenda do desenvolvimento sustentável e, também, na agenda da qualidade das instituições públicas e da participação cívica na vida pública. E devem mostrar com o seu próprio exemplo que não estamos condenados ao protecionismo e que o comércio livre é preferível ao fechamento protecionista.”

A União Europeia publicou recentemente uma nova estratégia sobre a interconectividade entre os continentes asiático e europeu. Silva ponderou que, com o acoplamento da iniciativa chinesa do Cinturão e Rota e a estratégia da UE, as infraestruturas marítimas e terrestres melhorarão a comunicação entre África, Europa e Ásia, de modo a promover o comércio e o investimento, aumentando o nível de desenvolvimento. Ele sublinhou as oportunidades que esse acoplamento pode trazer a Portugal.

“Visto do ponto de vista português, nós olhamos para as rotas, para a nova Rota da Seda como uma oportunidade muito interessante para valorizar o nosso sistema de portos e as nossas ligações à Espanha. Porque, justamente, se queremos chegar até ao extremo da Europa, quer por via ferroviária quer por via marítima, esse ponto extremo está, por razões geográficas, em Portugal. E portanto, o interesse parece-me óbvio. Mas, ao mesmo tempo, há um segundo interesse, que é este, por sua vez, a conectividade euroasiática melhora a conectividade global. Ora, por exemplo, Sines, o porto português Sines, que pode ser o ponto em que a Rota e o Cinturão se encontram, é ao mesmo tempo o porto europeu mais próximo do Canal do Panamá, isto é, mais próximo do ponto de ligação marítima entre o Atlântico e o Pacífico.”

O chanceler português passou por Guangzhou, Macau e Beijing nessa visita à China. Em Guangzhou, participou da cerimônia de inauguração do novo Consulado Geral de Portugal. Em Macau, compareceu à 23ª Feira de Comércio Internacional e Investimento de Macau e se encontrou com as autoridades do governo da Região Administrativa Especial de Macau. Em Beijing, participou da reunião da Comissão Mista Luso-Chinesa e conversou com seu colega chinês, Wang Yi.

Tradução: Florbela Guo

Revisão: Rafael Fontana

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