Comentário: O que faz a Ásia e a Europa se aproximarem?
A Lithium Werks BV, fabricante holandesa de bateria, decidiu investir recentemente US$1,85 bilhão para criar uma base de pesquisa e desenvolvimento para um projeto de nova energia na China.
A seguir, 51 países da Ásia e da Europa, além de líderes da UE e da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático) publicaram uma declaração na cúpula da Reunião Ásia-Europa, encerrada ontem (19), prometendo promover a abertura e o livre comércio e combater todas as formas de protecionismo. Declararam ainda o apoio ao acordo sobre a questão nuclear do Irã e a luta contra a alteração climática global.
O que faz a Ásia e a Eurorpa se aproximarem?
Em primeiro lugar, o protecionismo comercial dos EUA desafiou o mundo inteiro. Além de aumentar taxas às mercadorias chinesas, o país também criticou a UE pela demora no cumprimento das promessas em relação à abertura do mercado. No último ano, os EUA vetaram consecutivamente nomeações de juízes para o órgão de apelação da OMC. O país se retirou do Acordo de Parceria Trans-Pacífico, UNESCO e Conselho dos Direitos Humanos. E ameaçou sair da União Postal Universal. O único pretexto do presidente Trump é o tratamento injusto que os EUA receberam.
Essa política de “prioridade dos EUA” está ameaçando o andamento normal do sistema de comércio multilateral global. Países asiáticos e europeus necessitam enfrentar esse desafio de mãos dadas. Isso foi refletido no tema da reunião, que é “Europa e Ásia: parceiros globais enfrentam desafios globais”.
Em segundo lugar, países asiáticos e europeus focalizam na intercomunicação para lutar contra o protecionismo comercial dos EUA. Em 2013, a China anunciou a iniciativa Cinturão e Rota. Antes da cúpula da Reunião China-Europa, a UE publicou a nova estratégia sobre a intercomunicação entre a Ásia e a Europa. As diferentes versões de intercomunicação fornecerão novas oportunidades para a cooperação sino-europeia.
Em terceiro lugar, países asiáticos e europeus têm pontos de vista ou políticas semelhantes em grandes assuntos internacionais, incluindo sobre a alteração climática e a questão nuclear do Irã.
Obviamente, uma ordem internacional baseada em regras, um sistema de comércio multilateral com a OMC como o núcleo, e uma comunidade internacional responsável que olha para o futuro correspondem à expectativa tanto da Ásia e da Europa quanto ao interesse mundial. Os 51 países da Ásia e da Europa representam 60% da população, 65% do PIB e 55% do comércio do mundo. A voz dos dois continentes é dificilmente negligenciada por Washington.
Tradução: Florbela Guo
Revisão: Layanna Azevedo