Cuidado paliativo mantém dignidade de doentes terminais
A morte é uma parte inevitável da vida, mas como uma pessoa morre pode ter um impacto enorme na qualidade de vida no último momento.
Zhang Jieren, de 63 anos, morreu recentemente de forma pacífica no Hospital Shengjing, da Universidade de Medicina da China, na Província de Liaoning, no nordeste. O ex-policial tinha visto muitas situações de vida e morte, mas quando enfrentou com sua própria morte, estava compreensivelmente preocupado.
A filha dele sentiu a ansiedade do pai, que estava morrendo, e o apresentou a profissionais de cuidado paliativo, para que ele pudesse manter sua dignidade e a paz interior no fim da luta contra o câncer no pulmão.
"Meu sogro morreu de câncer em 2011. Ele morreu confortavelmente cercado pela esposa e os filhos em um centro de atenção paliativa", lembrou a filha de Zhang. "Se não há medida para curar meu pai, esperamos que ele saia com menos dor."
Os centros de cuidado paliativo concentram-se no conforto dos pacientes durante a etapa final da doença em vez de atenção médica agressiva. Deixando o tratamento de prolongamento da vida, os pacientes podem ter uma melhor qualidade de vida nos últimos momentos. Os funcionários ajudam a prevenir e aliviar a dor e sofrimento para que eles possam ir embora de forma confortável. Também oferecem apoios emocionais e psicológicos a membros familiares para enfrentar a morte dos pacientes.
Os programas paliativos se tornaram amplamente aceitos em muitos países desenvolvidos e estão sendo implementados em hospitais em grandes cidades chinesas como Beijing, Shanghai, Guangzhou, Shenyang e Chengdu. Embora o sistema esteja em suas fases iniciais na China, muitos já se beneficiaram dele.
Uma semana atrás, uma paciente celebrou seu 76º aniversário junto com sua família, médicos, enfermeiras e assistentes sociais. Vestindo uma coroa dourada, ela estava fraca, mas alegre.
"Esperei por este dia por muito tempo. Estou muito feliz porque tantas pessoas me daram felicitações por meu aniversário", disse ela.
Funcionários do centro de cuidado paliativo no Hospital Shengjing envolveram-se no tratamento inicial dos doentes terminais. Eles também fornecem serviços de apoio aos membros familiares por seis meses após a falência do paciente.
Wang Yumei, chefe do centro, assinalou que mais de 50% dos doentes de câncer sofrem com ansiedade e depressão. Os programas paliativos, que incluem médicos, enfermeiras e cuidadores profissionais, podem melhorar significativamente seu estado de espírito e fornecer apoio emocional.
Segundo Wang, pesquisas mostraram que cerca de 80% dos pacientes querem conhecer a verdade sobre sua condição. Em comparação com isso, apenas 40% dos membros da família preferem avisá-los sobre as más notícias. Na realidade, em muitos casos são os parentes que querem escapar da realidade.
"O cuidado paliativo às vezes atende mais os parentes em vez dos doentes", explicou Wang. "Na China, não há muito ensino sobre a morte, então estamos aqui para preencher o vácuo."