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Embaixadores da China e do Brasil falam sobre as relações bilaterais ao longo dos últimos 40 anos
  2014-07-24 15:55:15  cri

O primeiro contacto dos chineses com o Brasil, já soma mais de 200 anos atrás. O Pavilhão da China, no Parque Nacional da Tijuca do Rio de Janeiro, serve como uma memória permanente da chegada dos agricultores chineses, de chá, ao "continente brasileiro" em 1812. Em 15 de agosto de 1974, estabeleceram-se as relações diplomáticas entre a República Popular da China e a República Federativa do Brasil. Desde então, ao longo desses 40 anos, os dois países têm desenvolvido de forma plena e acelerada, cooperações amigáveis nos sectores político, econômico, comercial, científico e cultural.

Para marcar o 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países, o Departamento de Português da Rádio Internacional da China entrevistou vários diplomatas da China e do Brasil, que nos contaram os momentos-chave para os dois países gigantes durante os últimos 40 anos.

O Sr. Chen Duqing, ex-embaixador da China no Brasil, começou a trabalhar no Departamento para os Assuntos Americanos e da Oceânia, do Ministério das Relações Exteriores da China em 1972 e se aposentou em 2009. Na verdade, ele passou quase metade dos 40 anos da vida diplomática no país sul-americano, uma experiência que lhe é imprescindível. Segundo o que disse, o Brasil é a segunda terra natal para o ex-embaixador. Até se pode dizer que o conhecimento dele sobre o país é mais amplo do que o de muitos brasileiros.

"Falando do Brasil, eu não imaginava a minha vida diplomática estava tão ligada ao Brasil. Eu praticamente comecei a minha carreira do Brasil e finalizei a minha carreira no Brasil. É um caso realmente excepcional e um fenômeno muito interessante. O Brasil para mim significa muito, porque eu passei quase toda a minha juventude e a minha carreira de quase 40 anos trabalhando lá e aqui dentro do país, pois quando eu estou em Beijing, o meu assunto dia-a-dia é o Brasil e a América do Sul, em geral."

Durante os quatro mandatos no Brasil, Chen Duqing testemunhou o estabelecimento das relações diplomáticas e o desenvolvimento cada vez mais acelerado das relações entre os dois países. O ex-embaixador esteve presente nas negociações bilaterais para o estabelecimento de relações diplomáticas. Além disso, quando trabalhava no Brasil, recebeu muitos líderes da China, incluindo Jiang Zemin, Hu Jintao e Li Peng. Toda essa experiência se tornou memória preciosa e única para o ex-embaixador.

Os frutos da cooperação sino-brasileira resultaram exatamente dos esforços de trabalhadores no campo de diplomacia, como Chen Duqing. Em 1993 e 1995, os então presidentes da China, Jiang Zemin, e do Brasil, Fernando Henrique Silva Cardoso, realizaram visitas recíprocas, chegando ao consenso sobre a criação de uma parceria estratégica duradoura, estável e de benefícios mútuos. Assim, o Brasil tornou-se o primeiro país em desenvolvimento que estabeleceu a parceria estratégica com a China.

Falando sobre essa parceria estratégica, Chen Duqing nos contou um acontecimento interessante:

"Em 1993, quando Zhu Rongji foi ao Brasil, fui tradutor nessa conversa que teve com o então ministro interino do Exterior do Brasil, o Embaixador Luiz Felipe Lampreia. Foi Zhu Rongji que começou a dizer que a China e o Brasil são dois países grandes e têm que encarar as relações de ponto alto e estratégico. O ministro, Lampreia, foi muito inteligente, entendeu e depois sintetizou que os dois países têm que estabelecer uma parceria estratégica. Assim começou esse termo."

Desde então, as relações bilaterais entraram numa nova época, de pleno desenvolvimento. Em maio de 2004, o então presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, fez uma visita oficial à China, altura em que os dois países divulgaram pela primeira vez o comunicado conjunto, além de assinar dezenas de acordos para cooperação governamental e empresarial, elevando, dessa maneira, as relações bilaterais a um novo patamar. Em junho de 2012, o então primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, efetuou a visita oficial ao país sul-americano e possibilitou a elevação das relações bilaterais para uma parceria estratégica em nível global.

Revendo os últimos 40 anos, o chefe do Departamento para os Assuntos Latino-Americanos e do Caribe, Shen Zhiliang, disse que os dois países têm persistido nos princípios de respeito mútuo, igualdade e benefício recíproco, dedicando-se a promover o desenvolvimento sustentado e saudável das relações sino-brasileiras.

"Em 1993, o Brasil tornou-se o primeiro país em desenvolvimento a estabelecer uma parceria estratégica com a China. Em 2012, foi o primeiro país latino-americano que criou uma parceria estratégica global connosco. No ano passado, o presidente chinês, Xi Jinping e a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, promoveram encontros em duas ocasiões multilaterais, iluminando a direção do desenvolvimento das relações dos dois países, nessa nova época. O vice-presidente do Brasil, Michel Temer, também fez uma visita à China em 2013 e os dois países realizaram com sucesso a terceira sessão da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação. Em abril do corrente, o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Henrique Eduardo Alves, veio à China. Logo no mês seguinte, o chanceler chinês, Wang Yi, visitou o Brasil. Por isso, pode-se dizer que as visitas mútuas de alto nível são muito frequentes."

O atual embaixador brasileiro na China, Valdemar Carneiro Leão, começou o mandato em 2013 e, antes disso, já visitara o país asiático por duas vezes e tivera uma boa impressão sobre a China. Ele fala algum chinês e a sua filha, com 12 anos, está aprendendo chinês em Beijing. Desde o mandato no ano passado, o embaixador já visitou muitas cidades chinesas e realizou uma série de atividades visando aprofundar o conhecimento mútuo entre os dois povos. Falando sobre as relações bilaterais, ele salientou:

" (O Brasil e a China) são dois países amigos, dois países que confiam um no outro, que têm uma relação política absolutamente isenta de suspeitas ou ressentimentos. Portanto, só tem fatos do lado positivo. Isso é fruto de uma confiança que se vai criando ao longo dos anos, com as visitas recíprocas, entendimento de alto nível e atos concretos que cada país faz em relação ao outro. Eu acho que esse talvez seja o elemento que merece mais destaque, embora não seja visível, mas um elemento que está por trás, que dá o substrato de tudo que nós já fizemos em termos mais concretos e no que podemos ainda fazer."

O dia 15 do próximo mês marcará o 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas sino-brasileiras. A fim de celebrar a amizade dos dois países ao longo dos anos, a embaixada brasileira está coordenando uma série de atividades culturais, desejando aumentar o conhecimento do povo chinês sobre o país sul-americano. O embaixador Valdemar Leão contou:

"A data própria de 15 de agosto é uma data importante. O que nós estamos programando em coordenação com o governo chinês é uma série de manifestações e eventos para marcar esse acontecimento ao longo do ano. Nós esperamos, do nosso lado aqui na China, realizar um festival de cinema. Estamos na expectativa de trazer algum nome e artista de grande vulto brasileiro para se apresentar na China".

Os frutos de hoje constituem a base para um futuro ainda mais próspero. Para o atual embaixador chinês no Brasil, Li Jinzhang, as relações sino-brasileira já estão num novo patamar. Segundo ele, os dois países devem promover o pensamento inovador e aprofundar a confiança mútua estratégica, para que a cooperação sino-brasileira se torne um exemplo de benefício recíproco para os países emergentes do mundo. Perspectivando o futuro, Li Jinzhang disse:

"A convite da presidente brasileira, Dilma Rousseff, o presidente da China, Xi Jinping, vai fazer uma visita oficial ao Brasil. A visita de Xi Jinping será um evento político importante na história das relações amistosas China – Brasil e injectará grande energia para o aprofundamento da parceria estratégica global e a cooperação pragmática dos dois países nos diversos sectores. O ano de 2014 marca o 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil, e criará um ambiente de grande importância sobre os assuntos político, econômico, social e de opinião pública, no futuro desenvolvimento das relações bilaterais."

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