Macau assinou acordos de cooperação com a maioria dos países de língua oficial portuguesa e mantém relações estreitas com eles, aproveitando as semelhanças em língua, história e cultura, explicou Rita Botelho dos Santos, portuguesa nascida em Macau e diretora do escritório de apoio ao secretariado permanente do Fórum para a Cooperação Econômica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, subordinado ao governo da Região Administrativa Especial de Macau.
Iniciado em 2003 e patrocinado pelo Ministério do Comércio da China, o fórum tem como integrantes China, Macau, Brasil, Portugal, Cabo Verde, Guiné Bissau, Moçambique, Angola e Timor Leste.
O comércio entre a China e os países de língua oficial portuguesa ficou em US$ 77 bilhões em 2008, cinco vezes mais que o registrado em 2003, segundo o Conselho de Promoção do Comércio Internacional da China.
Com uma área de não mais de 29,2 quilômetros quadrados, Macau torna-se uma ponte entre os 1,3 bilhão de chineses e os 223 milhões de faladores nativos de português no mundo, disse Santos.
Sendo a única região do planeta que tem como idiomas oficiais o chinês e o português, Macau tem os recursos humanos e a experiência linguística necessária para a realização dos intercâmbios.
"Aqui, tanto as pessoas que falam português quanto os chineses da parte continental se sentem em casa", acrescentou Santos, dizendo que muitos empresários, engenheiros e advogados da região falam fluentemente português e chinês.
Na anterior conferência ministerial do fórum, que foi realizada em 2006, os membros adotaram o Plano de Ação para a Cooperação Econômica e Comercial, tendo por objetivo promover a cooperação entre a China e os países de língua portuguesa.
Segundo a portuguesa, até o mês passado de novembro de 2009, mais de 1.900 funcionários e técnicos de países de língua portuguesa participaram de programas de pesquisa e capacitação na China graças às oportunidades criadas pelo fórum.