O Distrito Antônomo Qapqal, da Região Autônoma Uigur de Xinjiang, é o único distrito multiétnico com liberdade política e administrativa. Os Xibes pertencem a principal etnia e sua língua, carácteres, costumes e tradições foram preservados até os dias de hoje. Neste programa, vamos conhecer Su Chong'na, difusor da cultura da etnia Xibe na China.

Su Chong'an, de 64 anos de idade, é considerado um herói pelos integrantes da etnia Xibe que vivem em Xinjiang, uma população de mais de 200 mil pessoas. Como especialista e chefe do Comitê de Preservação das Relíquias Culturais do Distrito Qapqal, ele é ainda um promotor representativo do Festival Xiqian, projeto de relíquias culturais de Xinjiang.

Pertencente a 9ª geração de descendentes dos Xibes, Su começou a aprender a música de sua etnia quando ainda era criança. Seu pai é membro do grupo artístico local e a mãe, artista folclórica de canto, toca instrumentos étnicos e é locutora das histórias da etnia Xibe. Influenciado pelos pais, Su apaixonou-se pela cultura tradicional a tal ponto que, depois de se graduar na universidade em 1966, decidiu dedicar sua vida à cultura e arte étnica dos Xibes.

"Na prefeitura autônoma cazaque de Ili, quando estive na escola secundária e na universidade, fui o primeiro violonista da região. Após começar a trabalhar, dediquei a maior parte do meu tempo à educação musical e preparei vários cantores e instrumentistas. Ao regressar à minha terra natal, continuei meu ofício como professor de música."

Após a reforma e abertura do país, Su passou a trabalhar no grupo de canto e dança do distrito, no museu cultural e no instituto de pesquisa sobre a cultura da etnia Xibe, contribuindo com escavações, catalogação e pesquisa dos patrimônios culturais folclóricos. Depois de se aposentar em 2006, Su ajudou o museu cultural do distrito a desenvolver projetos de patrimônios culturais da etnia Xibe, incluindo o Festival Xiqian, a Dança Beilun e a técnica de manufatura do arco e flecha, e se tornou um verdadeiro especialista da cultura da etnia a que pertence.

O Festival Xiqian tem uma história antiga. "Xiqian" significa migração ao oeste. No 14º dia do 4º mês lunar de 1764, cerca de quatro mil soldados e funcionários da etnia Xibe foram à fronteira noroeste para defender o país e reuniram-se em Shenyang, cidade no nordeste da China, para se despedir de seus familiares. Desde então, anualmente na mesma data, os Xibes celebram este dia com cantos, danças, competições de arco e flecha, corridas de cavalo, além de comer peixes e carnes. Su afirmou:

"Agora sou representante da nossa etnia e uma espécie de porta-voz do Festival Xiqian. No início deste maio, recebemos um convite para visitar a cidade de Shenyang, onde teve origem a etnia Xibe. Então, representando a comunidade da nossa etnia em Xinjiang, eu fui a Shenyang participar da conferência comemorativa dos 245 anos da migração dos Xibes para o oeste."

De quando se mudou para o oeste do país até os anos 1940, a etnia Xibe desenvolveu caracteres e um idioma próprio, baseada na língua manchu, considerados patromônio cultural para pesquisa da cultura folclórica e costumes da etnia Xibe. Com o desenvolvimento social, Su está preocupado com um aspecto:

"A língua e os caracteres são os representantes mais típicos de uma etnia. Nossa preocupação maior agora é com a possibilidade de que os caracteres da etnia Xibe desaparacerem daqui a algumas décadas. Mas a língua oral, a cultura e as diversas manifestações folclóricas não correm risco de extinção. Por isso, acredito que o colorido da etnia Xibe, danças e canções folclóricas, continuarão a ser divulgados de geração para geração."

De acordo com Su, a etnia Xibe respeita a própria cultura, os professores e dá muita atenção à educação. Por isso, o ensino do idioma local deve começar ainda na infância.

Neste momento, Xu está concentrado na elaboração de seu novo livro "Lista das celebridades artísticas da etnia Xibe de Xinjiang", que aborda a vida e as contribuições à cultura Xibe de mais de 140 artistas nos últimos dois séculos.

"Nos últimos 250 anos, a comunidade Xibe que vive em Xinjiang criou e desenvolveu diversas culturas folclóricas trazidas do nordeste do país. Nesse processo surgiram várias celebridades culturais. Mas estas pessoas não deixaram registros, fotos ou outros materiais que comprovassem seus feitos. Eu, como especialista desta área, participei dos trabalhos de escavação e proteção dos patrimônios culturais da nossa etnia. Os Xibes têm histórias brilhantes e isso deve ser conhecido e lembrado por seus descendentes."

Su quer incluir no livro cerca de 40 artigos que ele publicou ao longo dos anos sobre as contribuições da etnia Xibe na reunificação da pátria, defesa da fronteira e estabilidade social das zonas fronteiriças. A intenção é que esse material ajude mais pessoas a conhecerem sua etnia. Ela planeja ainda realizar palestras sobre cultura e história da etnia Xibe.

"Pessoas da etnia Xibe estão espalhadas por Beijing, cidades de Xijiang e pelas províncias no nordeste do país, como Liaoning, Jilin e Heilongjiang,. Minha responsabilidade é divulgar entre eles essa brilhante cultura e história de patriotismo."