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O Movimento "Slow Food", tal como o nome indica, surge por oposição ao conceito de "fast-food" e apela por uma atitude mais lenta e saudável no que toca à comida.
Hoje em dia, as pessoas vivem em uma sociedade de ritmo rápido. Estamos sempre ocupados em trabalhar e lutamos por uma vitória na corrida de velocidade, mas não temos tempo suficiente para descansar e pensar. De fato, "na vida há algo mais importante que incrementar a sua velocidade", como disse o grande político e pensador da Índia, Mohandas Gandhi.
Sem dúvida, comer é fundamental para viver. A forma como nos alimentamos tem profunda influência à saúde. Melhorar a qualidade da nossa alimentação e arranjar tempo para saborear delícias, é uma forma simples de tornar a vida cotidiana mais prazeroso. Esta é a ideia geral do Movimento "Slow Food".
De acordo com a filosofia do movimento, todos têm o direito fundamental à alegria de comer bem e consequentemente têm a responsabilidade de defender a herança culinária, as tradições e culturas que tornam possível esse prazer. O Slow Food segue o conceito da ecogastronomia, reconhecendo as fortes conexões entre o prato e o planeta.
Ainda segundo o movimento "Slow Food", os alimentos que comemos devem ter bom sabor, ser cultivados de maneira limpa e não prejudicar a nossa saúde, o meio ambiente ou os animais. Além disso, os produtores da comida devem receber o que é justo pelo seu trabalho.
Fundado por Carlo Petrini em 1986, o Slow Food se tornou uma associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Segundo ele, "é inútil forçar os ritmos da vida. A arte de viver consiste em aprender a dar o devido tempo às coisas". Atualmente, esta associação conta com mais de 100 mil membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, além dos apoiadores em 150 países do mundo.
A ideia original do Movimento "Slow Food" é de que todos os alimentos que comemos devem ser consumidos na época certa e cozinhados através de métodos naturais. Enquanto, luta contra a tendência de padronização de alimentos no Mundo, e defende a necessidade de que os consumidores estejam bem informados, se tornando co-produtores.
A sede da associação do Slow Food é em Bra, na Itália. O movimento opera tanto localmente como mundialmente junto com as instituições internacionais, como a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). A associação também estabeleceu laços de amizade com governos em todo o mundo, prestando consultoria para o Ministério da Agricultura italiano, trabalhando com o presidente da câmara de Nova Iorque e colaborando com o governo brasileiro.
Através da divulgação dos conhecimentos gastronômicos relacionados com a qualidade de alimentos e o meio ambiente, o movimento "Slow Food" tornou-se uma voz ativa na agricultura e na ecologia. As atividades realizadas pela associação também contribuíram muito para defender a biodiversidade na cadeia de distribuição alimentar e estreitar as relações entre produtores e consumidores de alimentos.