Konghou, um instrumento musical da antiguidade chinesa
  2009-07-23 20:43:37  cri

A partir de hoje, vamos conhecer o instrumento musical da antiguidade chinesa, o Konghou, e apreciar uma série de músicas tocadas nele. Vamos ouvir, primeiro, as Três Variações da Melodia da Flor de Ameixeira. Esta é uma adaptação de uma obra de mesmo título de Guqin. Com a interpretação bastante característica do Konghou, a música revela a elegância da ameixeira.

O Konghou, que se parece com uma harpa, porém menor, é um instrumento de cordas com 2 mil anos de história. Ele possui uma extensão ampla e produz um som suave. Além de ser usado pelas bandas da corte imperial, o Konghou também goza de grande popularidade entre as pessoas comuns. Em "O Pavão Voa Para o Sudeste", epopeia criada no século III, , há versos dizendo que "pode-se tecer pano aos 13 anos, fazer roupa aos 14, tocar o Konghou aos 15 e recitar poemas aos 16". Naquele período, executar o Konghou era considerada uma habilidade que as meninas tinham de dominar; como na Europa do século passado, quando todas as jovens tinham de aprender a tocar o piano.

Na dinastia Tang da China (618-907), com a prosperidade econômica e cultural da sociedade, a arte de apresentação do Konghou também evoluiu para um patamar muito alto. Muitos intelectuais criaram poemas para elogiar o maravilhoso som que sai do instrumento. Ainda nessa época, ele foi introduzido a países Japão e antiga Coréia. No entanto, o Konghou vem desaparecendo desde o século XIV e, centenas de anos depois, só é possível ver o instrumento em murais históricos ou representado em afrescos.

Prezado amigo, você está ouvindo A Saudade De Outono. Com melodia eufônica e lírica, a música fala sobre a tristeza do universo feminino.

Na década de 1950, a fim de revitalizar esse instrumento milenar no palco, músicos chineses empreenderam enormes esforços para tentar reinventar o Konghou a partir de registros históricos. Mas, devido a defeitos inevitáveis, o instrumento reproduzido não foi popularizado. Na década de 1980, um novo tipo de instrumento, o Konghou de Yanzhu, foi criado. Com estrutura aperfeiçoada e dispondo de mais tecnologia, ele passou a ser amplamente utilizado. No final do programa de hoje, vamos apreciar Bambu Da Princesa Xiang. A obra descreve a paisagem pitoresca da floresta de bambu da Princesa Xiang às margens do lago Dongting, da província de Hunan, no centro da China.

Querido amigo, a música que você está ouvindo é Canção De Yangguan. Antigamente, havia dois gêneros de Konghou: um tocado na direção horizontal e um na vertical. O Konghou de Yanzhu, instrumento reinventado na modernidade, como mencionamos no programa anterior, foi criado seguindo a estrutura do vertical. Ele também se parece com uma harpa, mas tem suas 72 cordas divididas em duas fileiras, cada uma com 36 cordas. Talvez você ainda não saiba por que ele é chamado de "Yanzhu". Deixe-me explicar um pouco. Na língua chinesa, "Yan" significa ganso bravo, e "Zhu" é corda ou pilar. Os dois caracteres combinados indicam que as cordas do Konghou são como fileiras de gansos bravos no céu. Que nome poético!

Como as cordas paralelas das duas filas de Konghou emitem sons iguais, o instrumento possui uma grande vantagem na execução de ritmos rápidos. Pode-se tocar com a mão esquerda e com a direita ao mesmo tempo, o que garante ao Konghou o poder de produzir melodias bem características. A seguir, vamos à obra-prima Cenas À Margem Do Rio No Dia De Qingming, interpretada pela maestrina Cui Junzhi.

Essa música, composta baseada em uma pintura de mesmo título da dinastia Song, relata vividamente o dia-a-dia e os costumes populares da cidade de Bianliang (hoje Kaifeng), capital da Dinastia Song do Norte, há mais de 800 anos.

Cui Junzhi é uma intérprete famosa do Konghou na China. Ela participou da recriação do instrumento e criou uma série de técnicas de apresentação nele. A artista também se dedicou à divulgação de Konghou no mundo. Para finalizar o programa de hoje, vamos ouvir a música Aspirando À Vida Secular, interpretada por Cui. A música fala sobre a vontade de uma monja de viver como uma pessoa comum. Nessa obra, você pode sentir a variação de tom das cordas do Konghou.

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