Nova era e novas oportunidades para setor de serviço de entregas da China
  2017-03-14 09:16:48  cri
O serviço de entregas da China entrou em uma nova era, já que todas as principais empresas do setor são cotadas em bolsa, disse Ma Junsheng, diretor da Administração Estatal de Correios (AEC), em uma entrevista à Xinhua.

Embora as perspectivas gerais do setor sejam excelentes, Ma apontou a existência de alguns problemas e pediu esforços para transformar os desafios em oportunidades.

A PRÓXIMA INDÚSTRIA DE 1 TRILHÃO DE YUANS

O ano começou com um boom das empresas de entrega expressa, com a receita crescendo 6,2% anualmente, para 31 bilhões de yuans (US$ 4,5 bilhões) em janeiro.

Em 24 de fevereiro, a SF Express abriu capital na Bolsa de Shenzhen, sendo assim a última das cinco principais empresas privadas do setor listadas. As ações dela subiram por cinco dias consecutivos após a estreia.

"Com mais capital, a indústria entra em uma nova fase de competição e terá uma mudança na estrutura", disse Ma. "Surgirão gigantes com capacidade e alcance integral."

Ele os chamou de "porta-aviões" do setor, pesos-pesados de tecnologia com alta resistência a riscos, oferecendo serviços de qualidade sem danificar o ambiente.

A China tem cerca de 19 mil empresas de entrega expressa, a maioria delas pequenas e vulneráveis em um mercado fragmentado. A injeção de capital está acelerando a competição e eliminando os players do setor. A SF Express, apoiada pelo mercado de capital, deve se tornar a versão chinesa da líder mundial FedEx.

Até 2020, a China deve se tornar o maior mercado de entrega expressa do mundo com uma receita de negócios de 800 bilhões de yuans. Surgirão empresas com capacidade de gerar mais de 100 bilhões de yuans por ano, e o país será a origem de pelo menos duas marcas em liderança.

A entrega expressa, impulsionada pela prosperidade das vendas online nas áreas rurais e pelo comércio eletrônico transfronteiriço, deve ser o próximo setor com valor acima de 1 trilhão de yuans.

BILIONÁRIO E SOLDADO DE INFANTARIA

Depois que a SF Express foi cotada na bolsa, fotografias de um entregador comum ficando ao lado do fundador da companhia, Wang Wei, viralizaram na internet.

Em abril de 2016, o jovem entregador foi atacado por um homem em Beijing depois que seu triciclo elétrico bateu no carro dele. Ao convidar um entregador comum para ficar ao lado dele, Wang, um dos homens mais ricos do país, ganhou aplausos.

"A felicidade e o sentido de solidariedade dos entregadores não podem ser negligenciados", assinalou Ma, apreciando o respeito de Wang dado aos empregados comuns.

"A eles falta de sentido de segurança e a rotação de empregados é alta", afirmou Ma, ao lembrar suas visitas às estações de serviço de entrega local nos últimos meses. "O pagamento e benefícios dos empregados devem ser melhorados."

DESTAQUE DA AMANHÃ

O setor de serviço de entrega da China se expandiu 50% em cada um dos últimos seis anos, trazendo novos desafios.

Ele é fortemente dependente do comércio eletrônico, com 65% dos pacotes gerados por compras online, de acordo com Zhao Guojun, da Universidade de Correios e Telecomunicações de Beijing.

Isso significa uma guerra de preços e menores margens de lucro, prejudicando o bem-estar dos trabalhadores de bases, disse Xu Yong, um analista de indústria.

Com o processo da reforma, as margens de lucros continuarão a cair. Os lucros brutos caíram de 30% de 2007 para menos de 10%. Além disso, o setor necessita se integrar melhor com a manufatura e a agricultura, segundo Ma.

"A indústria necessita reforma e inovação para tornar as dificuldades de hoje os destaques da amanhã", comentou.

por Xinhua

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