Relacionamento China-América Latina é essencial para retomada do crescimento econômico global
- Por SEVERINO CABRAL, D.Sc.
  2016-11-21 16:50:45  cri

Por SEVERINO CABRAL, D.Sc.

"O verdadeiro século da Ásia-Pacífico, ou da Ásia, só chegará quando China, Índia e os demais países vizinhos tenham-se desenvolvido. Igualmente, não haverá nenhum século da América Latina sem o desenvolvimento do Brasil". Deng Xiaoping, 21 de dezembro de 1988.

"Acreditamos que quanto mais a América Latina e o Caribe prosperarem, mais vantagens terão o mundo e a China". Xi Jinping, 05 de junho de 2013.

Em sua terceira viagem à América Latina, desde que assumiu a liderança da China, o Presidente Xi Jinping, além de visita de Estado ao Equador, Peru e Chile, estará participando da 24º reunião da APEC, em Lima, Peru, aonde se encontrará com líderes dos países que compõem a maior área de comércio do mundo: o Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico.

Nesta reunião os membros da APEC debaterão o tema "Crescimento com qualidade e desenvolvimento humano", à luz de acontecimento de ampla repercussão internacional: a eleição do 45º presidente americano, Sr. Donald Trump. O presidente eleito norte-americano vem de sustentar em sua campanha eleitoral vitoriosa uma pauta direcionada para um maior protecionismo das economias, com vista a obter uma maior autarquia econômica para o seu país, e, portanto, gerar assim uma diminuição do impulso à globalização econômica e financeira.

Como é natural a China e os membros da APEC deverão pragmaticamente encarar esse fato como mais um desafio ao seu desenvolvimento, que deverá promover novas oportunidades de crescimento. Pois estarão a discutir em Lima a integração econômica regional que pressupõe a formação da maior área de livre comercio do mundo, bem como a internacionalização e cooperação em todos os setores, elevando a interação entre as sociedades e as economias da Ásia e do Pacífico. Uma pauta que aponta para um maior impulso à chamada globalização econômica e financeira.

O momento crucial que vive a economia mundial ainda assolada pelo choque da crise de 2008, que se prolonga até hoje, exige novas fórmulas e um novo comportamento das economias e das sociedades. Às condições da "nova normal", que estabelecem um novo padrão de crescimento, devem se adaptar as economias em todo o mundo. A China está aplicada a esta mudança, aprofundando a reforma estrutural de sua economia e propondo ao mundo uma nova etapa de construção da infraestrutura do comércio global com a criação do cinturão e da rota marítima da seda do século XXI.

Ao retomarmos a viva expressão ontem usada pelo líder chinês, Deng Xiaoping, para o fato de que o amanhã da America Latina estará condicionado ao desenvolvimento do Brasil, e pensarmos na idéia do presidente Xi Jinping de que a prosperidade da América Latina trará vantagens ao mundo, somos levados a pensar, hoje, que as relações do gigante da América Latina com a China terá um papel essencial a desempenhar para a retomada do crescimento da economia global e a construção de uma "Nova Mundialidade". Ela Incluirá, certamente, como resultante dessa estratégica parceria, a dimensão global de completude da interação do comércio intercontinental através do "Grande Oceano" formado pelo Pacífico, o Atlântico Sul e o Índico.

Leia mais
Comentário