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A Comissão Nacional de Saúde e Planejamento Familiar da China e a Organização Mundial da Saúde (OMS) realizaram nesta terça-feira (21) em Genebra, uma coletiva para informar sobre o controle do alastramento da gripe aviária H7N9 entre humanos. A OMS elogiou os resultados positivos obtidos pelo país na luta contra a epidemia e ressaltou a necessidade de manter a vigilância sobre a situação.
A coletiva fez parte da 66ª Assembleia da OMS, que está sendo realizada em Genebra. No último dia 17, as autoridades chinesas publicaram o relatório de análise sobre a transmissão do vírus H7N9, elaborado por uma equipe conjunta de especialistas chineses e da OMS, após inspeção feita em Shanghai e várias cidades chinesas.
Segundo o responsável chinês pela prevenção e controle da gripe aviária H7N9, Liang Wannian, as 36 mortes provocadas pela epidemia aconteceram, na sua maioria, na primeira fase do alastramento da doença. Graças às medidas de tratamento, houve uma redução visível da taxa de mortalidade entre os infectados posteriores. Desde o início deste mês, não surgiu nenhum caso novo de infecção. Entre os doentes, 78% são pessoas com idade superior a 60 anos. Os números mostram ainda que 30% dos homens infectados morreram, enquanto entre as mulheres, o índice foi de 21%.
De acordo com Liang, das 130 pessoas infectadas, 90 tiveram contato com aves ou estiveram em algum mercado de comércio aviário.
"Fechamos os mercados de comércio aviário em Shanghai, Nanjing e Hangzhou. Em Shanghai, o fechamento começou em 6 de abril. Depois desta data, houve um novo caso. Sete dias depois, não surgiu nenhum caso confirmado. A situação em Nanjing e Hangzhou foi semelhante. O fato indica que a decisão ajudou a cortar os meios de transmissão da epidemia."
Ainda de acordo com Liang Wannian, não há evidência suficiente para comprovar a transmissão desta doença entre homens. O diretor-geral assistente da OMS, Keiji Fukuda, ressaltou a importância de se manter atento à possibilidade de transmissão entre pessoas.
"Acreditamos que as medidas tomadas pela China já tiveram efeito. Mas ainda precisamos esperar para ver o que a gente deve fazer."
A diretora-geral da OMS, Margaret Chan, afirmou que qualquer novo vírus capaz de afetar o ser humano pode constituir uma ameaça à saúde da população mundial. O H7N9 é um deles. Ela elogiou os esforços empenhados pelo governo chinês na coleta de dados e na prevenção e controle da doença.
"Após o alastramento da Sars, o governo chinês fez muitas coisas para elevar sua capacidade de saúde pública. É o que estamos vendo hoje. O globo todo foi beneficiado pelos investimentos chineses. Hoje em dia, o mundo está atento à China e espera obter do país informações de primeira-mão."
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Luiz Tasso Neto