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Segundo os dados divulgados ontem (9) pela Associação da Indústria Automobilística da China (AIAC), a produção e venda do setor em abril manteve a tendência estável, mas a venda de automóveis de marca chinesa sofreu uma queda notável em relação ao mês anterior.
A produção e venda de automóveis em abril situou-se nas 1,89 milhões e 1,84 milhões de unidades, respectivamente. No primeiro trimestre deste ano, a tendência geral do setor automobilístico manteve o aumento estável, mas as marcas chinesas não registraram progressos. O diretor do departamento de informação da AIAC, Chen Shihua, falou sobre o assunto.
"A fatia das marcas chinesas no mercado automobilístico da China em abril sofreu uma grande queda. O número de carros vendidos superou as 570 mil unidades, o que representa uma queda de 17% em relação ao mês anterior. Este volume ocupa apenas 39,6% do volume total de carros vendidos, caindo 3,8% em comparação com março."
A situação nos meses anteriores foi, no entanto, mais positiva. A venda de carros produzidos pelos fabricantes chineses tem aumentado nos primeiros três meses deste ano. Ao entrar em abril, a venda sofreu uma queda inesperada. O vice-presidente da AIAC, Dong Yang, disse que os fabricantes chineses de automóvel enfrentam algumas dificuldades.
"O aumento registrado nos primeiros dois meses deste ano foi a consequência de algumas circunstâncias especiais, mas a queda em abril é o verdadeiro reflexo da situação das empresas chinesas do setor automóvel. A primavera das marcas chinesas ainda não chegou. Estamos atravessando um inverno severo."
Em relação às perspectivas de mercado de automóvel da China, o vice-secretário-geral da AIAC, Yao Jie, possui, no entanto, uma visão positiva.
"A estrutura de investimento da China sofreu grandes mudanças. Com a queda do investimento nas infraestruturas, mais capital é destinado à indústria de manufatura. As mudanças traduzem-se numa grande demanda por carros comerciais. Por outro lado, o país está aplicando uma série de reformas de impostos às empresas de transporte. As políticas preferenciais incentivam a atualização dos transportes, uma boa notícia para os fabricantes de automóveis."
Recentemente, a marca chinesa Hong Qi gerou muita atenção dos consumidores. O L5, novo modelo de Hong Qi, foi escolhido como carro exclusivo do presidente francês, François Hollande, durante sua visita oficial à China.
A visibilidade alcançada pela marca chinesa com esse episódio deixou uma profunda impressão aos consumidores e transmitiu a ideia de que o caminho dos carros de gama alta será a direção de desenvolvimento dos fabricantes chineses. O vice-presidente da AIAC, Dong Yang, disse, no entanto, que o modelo de desenvolvimento não é único. O caminho de classe alta não é uma garantia de sucesso, porque além do posicionamento de produto, há outros aspetos muito importantes para desenvolver uma marca, como por exemplo, a cultura empresarial, a responsabilidade social da empresa e o conceito de serviço aos consumidores. Para ele, o desenvolvimento das marcas chinesas de automóvel é complicado e de longo prazo.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: Miguel Torres