Entre os convidados estrangeiros que vieram a Beijing assistir os Jogos Olímpicos, Henry Kissinger merece uma atenção especial. Em 1971, como enviado especial do presidente norte-americano Richard Nixon, Kissinger pisou no território chinês pela primeira vez, abrindo a porta de diálogos entre a China e os Estados Unidos. Ao longo dos 37 anos, Kissinger visitou a China por várias vezes e construiu uma grande amizade com o povo chinês, testemunhando grandes êxitos obtidos neste país após a abertura e reforma.
Convidado pelo Instituto de Assuntos Internacionais do Povo Chinês, o doutor Kissinger retornou em agosto à China para assistir à olimpíada. Ao ser entrevistado recentemente pela CRI, ele elogiou os trabalhos de organização desta edição, que qualificou como excelentes.
Para Kissinger, sediar os Jogos Olímpicos é uma oportunidade rara para a China. Ele disse:
"Cada cidade anfitriã olímpica pretende realizar os jogos com grande êxito. Sem dúvida, nenhuma edição olímpica pode ser comparada com a de Beijing, que contou com o apoio de tantas pessoas. Isto mostra a posição importante da China no mundo e a integração deste país oriental à família global".
A grandiosa cerimônia de abertura também deixou profundas impressões em Kissinger.
"Foi maravilhosa e emocionante. Ela reflete a confiança chinesa e as contribuições dos chineses para o mundo. Trata-se de uma tentativa de conectar a história com o futuro".
Falando sobre as transformações ocorridas na China em 30 anos de reforma e abertura, o doutor americano disse que há 37 anos era difícil imaginar que a China realizaria os Jogos Olímpicos. Naquele tempo, Beijing era chamada de capital das bicicletas. Havia poucos produtos de consumo e as tecnologias eram muito obsoletas. Quando acompanhou a visita do presidente Nixon ao país, foi preciso trazer grande quantidade de equipamentos de telecomunicações. Kissinger comparou:
"A China de hoje conta com tecnologias avançadas e novo modelo social. O êxito foi conseguido com as concepções dos dirigentes chineses e esforços incansáveis dos chineses. Conheço líderes de cada geração, de Mao Zedong a Hu Jintao. As mudanças registradas na sociedade chinesa chamam a atenção de todo o mundo, assim como os novos marcos arquitetônicos".
Para Kissinger, a China tem cinco mil anos de história enquanto os Estados Unidos possuem apenas 200 anos, uma história mais curta do que algumas dinastias chinesas. Por isso, os dois países possuem visões diferentes. Ele apontou que enquanto respeitam os seus próprios valores, os EUA devem respeitar a história e a visão dos outros países em vez de fazer comentários indiscretos e críticas imprudentes. Ele deve reconhecer que a aproximação dos valores é um processo longuíssimo e não pode ser feito de uma vez. Por isso, Kissinger está de acordo com a política de contatos adotada pelo atual governo norte-americano, considerando-a viável no longo prazo.
Kissinger insiste no diálogo e nas cooperações para tratar das relações bilaterais.
"Podemos reforçar as comunicações e intercâmbios entre culturas diferentes. É preciso relembrar que muitas questões só podem ser resolvidas através de nossas cooperações".
O ano 2009 marca o 30º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas sino-americanas. Kissinger manifestou-se otimista sobre o futuro do relacionamento entre os dois países.