China aplica mecanismos de segurança para os Jogos Olímpicos de 2008
2007-03-09 14:36:24    cri

O governo chinês está envidando grandes esforços para garantir a segurança durante os Jogos Olímpicos de Beijing em 2008, o maior evento esportivo na história do país.

Mei Jianming, especialista em antiterrorismo da Universidade de Segurança Pública, afirmou: "A segurança dos Jogos Olímpicos pode ser desafiada por uma série de conspirações criminais, que vão desde atos menores como distúrbios até ações sofisticadas de terror em massa".

No passado, os habitantes de Pequim usavam faixas vermelhas nos braços para vigiar os locais comunitários na antiga capital, mas agora os preparativos são mais sofisticados, necessitando de profissionais em segurança, que empregam aparelhos de alta tecnologia.

Beijing planeja dispor US$ 300 milhões para a segurança das Olimpíadas, que representam 20% do investimento total. Cerca de 90 mil policiais serão convocados para a vigilância das sedes dos jogos.

Como evento de alto nivel, serão reunidos mais de 10 mil visitantes de todas partes do mundo, o que eleva a preocupação quanto à segurança.

As operações antiterroristas se tornaram necessárias desde a ocorrência nas Olimpíadas de Munique em 1972, quando 11 atletas israelenses foram assassinados.

Depois do ataque terrorista no dia 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos, as operações antiterroristas se tornaram mais caras. Nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, foram gastos US$ 1,5 bilhões em segurança, o que representa um recorde, totalizando 5 vezes mais de investimentos do que foi gasto nas Olimpíadas de Sidney, em 2000.

Lu Shimin, subchefe do Burô de Segurança Pública de Beijing, comentou que desde que a capital aspirava em 2001 ser sede dos Jogos Olímpicos, foi feita uma análise preliminar sobre os principais riscos de segurança, que incluíam a invasão ilegal às instalações olímpicas, distúrbios urbanos, desastres naturais e atividades terroristas.

A última manobra terrorista em preparação para as Olimpíadas foi realizada em Qingdao, no dia 23 de dezembro do ano passado. Não foram publicados detalhes desta operação, mas se teve conhecimento de que o treinamento partiu da idéia de um hipotético ataque terrorista em forma de ataque bioquímico sobre a cidade.

Beijing estabeleceu a equipe de segurança para os Jogos Olímpicos em dezembro de 2004, marcando o início dos preparativos de segurança para a festa esportiva mundial. Milhares de câmeras e equipes de circuitos-fechados de televisão foram instalados na capital e nas sedes dos eventos.

A capital será a sede de mais de 20 eventos esportivos durante o segundo semestre deste ano, servindo de treinamento à polícia e ao pessoal encarregado pela segurança em mais de cem instalações com vistas às Olimpíadas.

Beijing promoveu uma conferência internacional sobre segurança, onde especialistas de 7 nações participantes discutiram as medidas antiterroristas para 2008.

"A cooperação internacional é a chave para a segurança dos Jogos Olímpicos", afirmou Li Wei, diretor do Centro de Estudos Contra-Terrorismo. Li acrescentou: "Todos os países estão preocupados com a segurança de seus atletas e um efetivo sistema será promovido para facilitar a cooperação internacional".

Para os residentes de Beijing, a segurança está mais além das preocupações. Estão mais centradas nos problemas que lhes será trazido com as medidas de segurança na cidade.

No entanto, segundo os especialistas, o público não teria razões para estar preocupado com a segurança durante as Olimpíadas.

Li explicou que as possíveis ameaças internas podem vir da "tradiconal escola" de terrorismo, como o Movimento Islâmico do Turquistão Oriental, que reivindica a independência da província chinesa de Xinjiang, além dos movimentos separatistas tibetanos.

Também considerou a possibilidade de que sejam produzidos distúrbios, devido ao crescimento econômico que divide os pobres e ricos. "Alguns indivíduos poderão empreender ações extremas, como o envenenamento de comida ou explodir bombas para se vingar da sociedade", precisou.

"Os terroristas podem viver em lugares isolados e remotos, porém tem contato com a sociedade e o público pode informar qualquer atividade suspeita à polícia", explicou.

 
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