O governo da China anunciou um plano massivo para reconstruir e reformar casas mal conservadas nas áreas rurais, a fim de melhorar a vida da população, criar empregos e impulsionar a demanda interna frente à crise financeira internacional.
O país reconstruirá e reformará 800 mil moradias rurais este ano, trabalho que deve criar 1,5 milhão de empregos, disse Qi Ji, vice-ministro da Moradia e do Desenvolvimento Urbano e Rural, durante a sessão anual do parlamento chinês, que acontece em Beijing.
O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, declarou na quinta-feira passada, na sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN, parlamento chinês), que este ano o país "ampliará o programa piloto para reformar as casas nas regiões rurais".
O programa piloto começou no ano passado em Guizhou, província do sudoeste da China muito afetada pela pobreza. Liu Yonggao, morador do distrito de Zunyi, disse à Xinhua que o governo lhe concedeu um benefício de 10 mil yuans (US$ 1,46 mil) e que a reconstrução custou 80 mil yuans (US$ 11,7 mil).
Funcionários do governo municipal de Zunyi, que administra o distrito, disseram que para cada yuan que é dado pelo governo para o programa de moradia rural, os agricultores fazem um investimento de 10 yuans.
Mais de 20 mil casas de Guizhou desabaram durante o período de nevascas no início do ano passado e outras 138 mil foram danificadas.
O programa piloto começou depois que o governo destinou 260 milhões de yuans (US$ 38 milhões) e até o fim de 2008 mais de 20 mil famílias haviam se mudado para casas novas. Outras 34 mil famílias de Guizhou se beneficiarão do programa este ano.
O governador da província de Guizhou, Lin Shusen, também deputado da APN, disse que os governos central e provincial destinarão 10 bilhões de yuans (US$ 1,46 bilhão) para o programa este ano.
O gasto dos consumidores da China em proporção ao tamanho da economia tem caído nos últimos dez anos, disseram os especialistas.
O premiê Wen Jiabao disse que o país está enfrentando dificuldades e desafios sem precedentes, conforme o crescimento econômico se desacelera, crescem a pressão por emprego e as incertezas sociais em 2009, o ano mais difícil desde o início do novo milênio.
No ano passado, o crescimento econômico da China caiu a um nível recorde nos últimos sete anos, para 9%, e rompeu a tendência de crescimento de dois dígitos, resgistrados nos cinco anos anteriores, quando a crise financeira começou a afetar a economia de mais rápido crescimento do mundo.
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