Profissões e estilos de vida mostram uma China mais confiante
2006-12-12 16:59:33    cri

No momento em que o desenvolvimento chinês aparece nas manchetes internacionais, o crescimento econômico e seu leque de oportunidades estão quebrando estereótipos, modernizando os estilos de vida e permitindo que um grande número de pessoas corra atrás de seus sonhos.

Milhões de pessoas bem-educadas, espertas e bem-sucedidas utilizam a pista de velocidade de algumas profissões. Elas têm energia e estão dispostas e capazes de concorrerem nos mais altos níveis.

Muitos observadores acreditam que este novo capítulo na realização profissional e particular começou em 11 de dezembro de 2001, o dia em que a China entrou na Organização Mundial do Comércio (OMC).

As mudanças estão em todos os lugares. Os carros importados estão mais baratos, devido a uma queda de um terço das taxas de importação. Na geração anterior, os empregadores construíam e forneciam aos seus empregados casas baratas e sujas, mas agora novos apartamentos dominam a vista da cidade. Para muitos, a viagem ao Exterior é um evento anual em vez do sonho remoto. Os consumidores chineses fazem compras no WalMart, lancham num Starbuck, comem num Macdonald's e jantam num restraurante francês.

Tudo isso contribuiu para um volume do comércio total que poderá chegar a mais de US$ 1,7 trilhão até o final deste ano. Quando o superávit comercial da China tem sido um tema de muitas críticas e preocupações no Exterior, o consumo de importações do país também é grande e está crescendo rapidamente. O país deve importar mercadorias no valor de cerca de US$ 800 bilhões este ano, somente 15% a menos que suas exportações?

"A entrada na Organização Mundial do Comércio marcou uma nova era da abertura para o resto do mundo e da integração da China na globalização econômica", diz Long Yongtu, representante-chefe nas negociações sobre a entrada da China na OMC.

Para ele, nesses cinco anos, a China mudou de abertura limitada em regiões e áreas para uma abertura completa e ampla em muitos níveis. A abertura também passou de uma orientação embasada em documentos políticos para um sistema aberto e guarantido, dentro de um quadro legal", explica Long, atual secretário-geral do Fórum Bo'ao da Ásia, um grupo conhecido de pensadores que reúne ex-líderes ou líderes que se retiraram da vida ativa, para discutir assuntos econômicos e sociais.

"Tudo isso aconteceu por causa de mentalidade mais aberta adotada pelo governo", afirma Long, "que passou a valorizar a transparência e a eficiência".

Por anos, a China foi administrada por "documentos de cabeçalhos vermelhos", decretos oficiais formais que entravam em vigor sem dar ao público uma oportunidade razoável de discussão, explica Long Guoqiang, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento (CPD) do Conselho de Estado. Ele acrescenta que a prática passada levou a muitas reclamações de investidores estrangeiros.

Do fim de 1999 a 2005, o governo central aprovou, ajustou ou revogou mais de 2 mil leis e regulamentos. As mudanças legislativas requerem alguns trabalhos árduos, pois algumas delas desafiavam aspectos ideológicos preservados durante um longo tempo. Mas essas mudanças eram necessárias para que a China pudesse cumprir os compromissos assumidos com a OMC. As novas leis e regulamentos mudaram fundamentalmente a maneira do país fazer negócios.

Um dessas leis foi a Lei de Permissão Administrativa, traduzida desajeitadamente, que entrou em vigor em 1º de julho de 2004. A lei "melhorou muito a transparência das políticas de comércio, investimentos e setores relacionados", afirma Long Guoqiang, vice-diretor do Departamento de Economia Internacional do CPD.

"A economia de mercado não é a economia onde tudo é permitido, mas uma economia enquadrada num sistema legal não-casuístico", diz ele.

Um governo mais transparente, uma economia próspera e um ambiente aberto também ampliaram a visão dos cidadãos, acrescenta Long Guoqiang.

"A renda da população está crescendo e, agora, o povo pode comprar as coisas que outrora só podia sonhar em comprar ", fala Shan Zhongdong, diretor do Instituto da Economia Chinesa e Estudos sobre OMC da Universidade de Beijing.

Na sua opinião, a população tem mais opções de produtos, serviços e preços, "além de existir uma maior consciência democrática e legal de que eles podem tornar as coisas melhores, mais eficientes e mais justas".

Mais de 2 mil audiências públicas foram realizadas no país até o final de 2005, tratando de uma ampla série de temas, que vão de taxas educativas aos preços de passagens aéreas e limites do imposto de renda.

"O sistema de audiências funcionou, beneficiando a população. As pessoas podem observar, com seus próprios olhos, o movimento de processo da administração e a legislação nos bastidores, ou até debaixo da mesa, para a frente ou para o centro", afirma Long Guoqiang.

Segundo ele, ouvir a opinião pública traz recompensas por formular melhores estatutos e regulamentos locais e tornar a administração governamental mais transparente.

Empresas nacionais também foram incentivadas mediante um forte empurrão, para dentro da nova realidade. Uma combinação de mudanças de normas do governo e o fluxo de produtos estrangeiros fez com que as companhias chinesas fossem desafiadas a competissem sem políticas governamentais protetoras.

"A melhor proteção é a abertura", afirma Long Yongtu. "Somente elevando a nossa própria competitividade por meio de inovação técnica, produtos de melhor qualidade e exploração de mercado, podemos nos adaptar às regras do OMC e dar importantes passos rumo a uma economia de mercado madura", acrescentou.

As práticas de cinco anos comprovaram que as empresas chinesas não foram engolidas pelos "lobos" como diziam os que criticavam a entrada da China na OMC. Os empresários, pelo contrário, aprenderam a "dançar com os lobos" e de um belo jeito.

"Desde que a China entrou no OMC, suas exportações cresceram a uma taxa média de 29% por ano e, agora, a China já é um grande ator no mercado mundial", constata David Dollar, o diretor do Banco Mundial para a China.

"A abertura não é terrível. Só é terrível estar despreparado", diz Long Yongtu. "A China deve abrir ainda mais, não só para cumprir seus compromissos com a OMC, mas também para servir aos nossos próprios interesses".

 
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