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Especialistas chineses se manifestaram após o rebaixamento da nota do crédito soberano da China pela agência de classificação de risco Moody's. Segundo eles, a agência, que rebaixou o país da categoria Aa3 para A1, deve aprimorar seu sistema de avaliação.
A Moody's anunciou ontem (24) o corte da nota ao prever uma desaceleração contínua da economia chinesa. O Ministério das Finanças da China afirmou que a ação foi inadequada e repudiou a conduta da Moody's por exacerbar as dificuldades econômicas do país. Além disso, o ministério avaliou que a agência subestima a capacidade do governo chinês de aprofundar a reforma e ampliar a demanda interna. O chefe-adjunto de tecnologias de classificação da empresa China Bond Rating, Huo Zhihui, comentou que a classificação da Moody's se desviou da situação real na China.
"A economia chinesa está em recuperação. A situação tem melhorado desde o terceiro trimestre do ano passado. Não foi apropriado baixar a classificação de crédito soberano da China neste momento."
Em 2017, a economia chinesa mantém a situação estável e de melhoria contínua, observada desde o segundo semestre do ano passado. O PIB do país cresceu 6,9% no primeiro trimestre deste ano, 0,2 ponto percentual acima do registrado no mesmo período de 2016. Os principais indicadores econômicos apresentaram-se melhores do que os previstos e a estrutura econômica do país vem sendo aprimorada.
O Ministério das Finanças da China considera que os efeitos da reforma do lado da oferta, implementada atualmente no país, se evidenciam gradualmente. Com a materialização das políticas do governo e o aprofundamento das reformas em áreas como empresas estatais, impostos, finanças e preços, assim como a criação de novas forças motrizes para o desenvolvimento, a economia chinesa apresenta expectativa de crescimento contínuo.
Em relatório, a Moody's previu que a taxa da dívida do governo chinês pode chegar a 40% até 2018, e a 45% em 2020. O Ministério das Finanças afirmou que o governo chinês vai controlar rigorosamente suas dívidas por meio da promoção da reforma da estrutura econômica. Nos próximos três anos, os índices de risco da dívida para a China não terá mudanças significativas em relação ao patamar de 2016. O vice-diretor do Instituto de Economia da Universidade Renmin da China, Zheng Xinye, disse que, além de subestimar o crescimento da economia chinesa, a Moody's também tem conhecimento distorcido sobre as dívidas do país.
"A Moody's acha que o governo chinês vai continuar a estimular a economia através do aumento do déficit e lançamento de títulos. Esta ponderação foi obtida com base no histórico do país, mas deve ser alterada agora. Ao incentivar sua economia, a China mudou seu rumo, para depender mais da reforma do lado de oferta e do aumento da eficiência. A Moody's deve estar mais atenta às medidas de macrocontrole da China e incluir esses novos fatores no seu quadro de avaliação. A Moody's é uma entidade ocidental e sua estrutura de classificação foi baseada conforme as leis, conceitos e regras de economia de países ocidentais. É recomendável aprimorar seus métodos para ser mais justa."