Após se manter estável em muitos países durante décadas, a proporção da renda nacional paga aos trabalhadores vem caindo desde a década de 1980. As Perspectivas da Economia Mundial, divulgadas ontem (10) pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), concluem que esta tendência foi impulsionada por rápidos progressos na tecnologia e na integração global.
Conforme o relatório, nas economias avançadas, as quotas de mão-de-obra começaram a cair nos anos de 1980. As cifras atingiram o nível mais baixo dos últimos 50 anos pouco antes da crise financeira global de 2008, e não se recuperaram materialmente desde então. O rendimento do trabalho é agora quase 4 pontos percentuais mais baixo do que era em 1970.
Além disso, a mão-de-obra também diminuiu nas economias emergentes e em desenvolvimento desde o início dos anos 1990. Este é especialmente o caso das maiores economias deste grupo.
Segundo o texto, nas economias avançadas, o declínio de cerca de metade das quotas de mão-de-obra pode ser atribuído ao impacto da tecnologia. O declínio foi impulsionado por uma combinação de rápidos avanços nas tecnologias de informação e telecomunicações e uma alta proporção de cargos que se tornaram automatizados.
O FMI apelou para que os países reforcem o treinamento e a profissionalização e promovam a reforma do setor de trabalho, para que os trabalhadores se reajustem aos progressos tecnológicos.
Tradução: Paula Chen
Revisão: Layanna Azevedo