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A Câmara de Comércio Europeia na China publicou nesta semana um relatório de 70 páginas sobre o plano chinês "China Manufacturing 2025", conhecido como "Fabricado na China 2025". No documento, a entidade apresentou sua preocupação com o possível protecionismo causado pelo plano chinês. Para o comissário do Comitê Consultivo da Estratégia de Manufatura Nacional da China, Qu Xianming, o "Fabricado na China 2025" é um plano aberto e inclusivo, que reflete a disposição chinesa de reforçar cooperação com o mundo.
O relatório indica que o governo chinês planeja cultivar, ates de 2025, dez empresas "campeãs" no setor de tecnologia de ponta, que poderá causar um grande excesso de capacidade produtiva para a indústria mundial. Qu Xianming disse que a tal especulação é ao mesmo tempo equivocada e infundada.
"O excesso de capacidade produtiva é um problema que a nossa indústria enfrenta. Mas isso acontece principalmente entre os produtos de nível relativamente baixo. Para a área de alta tecnologia, temos baixo fornecimento para um grande demanda. Então, com a aplicação do plano Fabricado na China 2025, esperamos que até 2025 a China possuirá algumas áreas incluídas na primeira categoria mundial."
O "Fabricado na China 2025" é um plano lançado pelo governo em 2015 para transformar a China de um gigante da manufatura para uma potência de manufatura mundial. Segundo a estratégia, os setores de informática de nova geração, robôs, equipamentos aeroespaciais, entre outros, serão áreas-chave do desenvolvimento da China. Qu Xianming disse que a China lista esses dez áreas-chave para evitar uma construção repetida pelas empresas locais. Assim, será possível concentrar os recursos do país no desenvolvimento dessas áreas. A China, disse o comissário chinês, adota uma atitude aberta nesse processo e dá boas vindas às concorrências e cooperações internacionais.
"Durante o processo, os capitais estrangeiros serão tratados de igual para igual com as empresas chinesas, conforme as leis e regulamentos do país. O que chama a atenção é que as empresas estrangeiras poderão participar no plano de tecnologia do país. Isso é um grande avanço."
Para o acadêmico da Academia de Engenharia da China, Liu Baicheng, o plano não é um trabalho a portas fechadas, mas uma estratégia que aprende com os modelos avançados de todo o mundo e destaca as cooperações internacionais.
"Nós reiteramos as cooperações internacionais. A globalização econômica exige um benefício mútuo ou até tripartido. O plano Fabricado na China 2025 possui nove tarefas, uma das quais é reforçar as cooperações internacionais. Nós enviamos um grupo para a Alemanha e outro para os EUA, em 2014 e 2015, respectivamente, para aprender com eles as experiências avançadas nesse assunto."
Liu Baicheng disse ainda que, na elaboração do plano, os especialistas chineses tiveram intercâmbios positivos com os colegas estrangeiros, que expressaram alta avaliação e atenção ao plano chinês, além de manifestar suas disposições em cooperar com a China em busca de um benefício comum.
Tradução: Li Jinchuan
Revisão: Rafael Fontana