Preços de moradias continuam estabilizando-se na China
  2017-02-23 21:18:10  cri
O mercado de imóveis das grandes cidades chinesas continua estabilizando-se depois que as autoridades tomaram uma série de medidas para conter o aumento dos preços, segundo uma pesquisa oficial publicada na quarta-feira.

  Entre as 70 cidades grandes e de tamanho médio pesquisadas, 45 registraram crescimentos mensais dos preços das moradias novas em janeiro, menos que as 46 de dezembro e 55 de novembro, segundo os dados divulgados pelo Departamento Nacional de Estatísticas (DNE).

  Em Beijing, os preços das moradias novas se mantiveram sem mudanças em relação ao mês anterior, enquanto em Shanghai os preços caíram 0,1%. Em Shenzhen, metrópole no sul do país e vizinha de Hong Kong, a queda foi de 0,5%.

  Na comparação anual, os preços das moradias das três cidades subiram 24,7%, 23,8% e 18,2%, respectivamente.

  Segundo o DNE, os preços das moradias novas nas cidades de segunda classe aumentaram 0,1% mensalmente, 0,1 ponto percentual a menos que em dezembro.

  As cidades de terceiro nível registraram aumentos mensais de 0,4% dos preços, o mesmo ritmo que no mês anterior.

  "O crescimento mensal nas 15 cidades de primeira classe e nas principais cidades de segunda classe se desacelerou e os preços das moradias se estabilizaram, já que as políticas de controle adotadas pelos governos locais tomaram efeito", assinalou o estatístico do DNE Liu Jianwei.

  Desde outubro do ano passado, dezenas de cidades chinesas anunciaram medidas, como limites de compra e restrições ao acesso à hipoteca, para evitar que os preços aumentem sem controle.

  A rodada mais recente de restrições sobre imóveis foi tomada depois de dois anos de uma política de relaxamento progressivo, que começou com o afrouxamento das restrições à compra em 2014. O ímpeto foi ainda mais impulsionado pelas políticas governamentais a favor do crescimento, incluindo as reduções das taxas de juros e os requisitos de depósito mais baixos.

  A recuperação do setor, no entanto, foi desigual, já que as zonas economicamente fortes registraram drásticos aumentos de preços, e as menos desenvolvidas ainda tinham enorme estoque de moradias não vendidas.

  Os líderes da China prometeram limitar estritamente o fluxo de crédito à compra especulativa no mercado de imóveis e controlar as bolhas de ativos em 2017.

  Durante a Conferência Central de Trabalho Econômico realizada em dezembro de 2016, os elaboradores de políticas pediram medidas integrais para construir um mecanismo a longo prazo e orientado pelo mercado que possa reduzir as bolhas imobiliárias e evitar grandes flutuações do mercado.

  Nas cidades onde os preços estão subindo rapidamente, os governos locais devem aumentar o fornecimento de terras e a cota da moradia residencial, segundo um comunicado publicado depois da conferência.

  "O efeito das férias da Festa da Primavera, que duraram uma semana, provocou um fraco volume de vendas, enquanto as medidas do governo para conter os crescimentos dos preços nas principais cidades amplificaram o efeito", explicou Xia Dan, alto pesquisador do Banco de Comunicações, um dos cinco grandes bancos comerciais do país.

  Na opinião do analista chefe da consultora de informação de imóveis Centaline, Zhang Dawei, as medidas como os limites para a compra e o reforço das restrições às hipotecas são efetivas, já que os preços das moradias novas nas principais cidades chinesas aumentaram mais lentamente que os das existentes.

  Zhang previu que a alta dos preços de moradia nova continuarão desacelerando-se no futuro.

  Yan Yuejin, alto pesquisador do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da China E-house, disse que os preços de moradias nas principais cidades podem registrar crescimentos negativos no quarto trimestre deste ano.

  O mercado de imóveis tomou uma grande parte no crescimento econômico da China em 2016, que bateu o nível mais baixo durante 26 anos mas permaneceu dentro do alcance de objetivo.

Por Xinhua

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