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Nos últimos mil dias, surgiu um círculo econômico ao redor da capital chinesa, Beijing. O fenômeno foi possível por intermédio de um grande projeto de desenvolvimento coordenado entre Beijing, Tianjin e a província de Hebei, atualmente uma das estratégias mais importantes da China.

Poucos chineses sabem que Beijing é o principal mercado de venda por atacado dos temperos e produtos agrícolas do Norte da China. Cerca de 80% das transações de frutas secas, 60% dos temperos e 30% dos cereais e óleo de cozinha se concentravam em Si Jiqing, no noroeste de Beijing. A capital chinesa possui uma população residente de 21 milhões de pessoas. O trânsito, que já era um desafio em toda a metrópole, em Si Jiqing beirava o inviável. No entanto, a questão foi aliviada desde o verão de 2015, com o estabelecimento de uma plataforma de e-commerce. A gerente de marketing da plataforma, Huang Ling, conta os números na casa dos bilhões.

"Agora, todos os donos das lojas físicas possuem lojas do nosso site, há um total de 5 mil estabelecimentos, e inúmeros negócios são realizados diariamente no nosso site. Até o final do ano passado, o volume total de negócios chegou a 26 bilhões de yuans, e no nosso site alcançou 7 bilhões. Todos dos dias, temos dezenas de milhares de ordens. Durante o Festival da Primavera, o número das ordens ultrapassou centenas de milhares por dia."

O mercado original, lotado e desordenado, se tornou um centro limpo e confortável de experiência de e-commerce. As negociações entre vendedores e clientes são realizadas em Beijing, e a distribuição e a logística ocorrem em Hebei. A mudança é um dos êxitos da estratégia de desenvolvimento coordenado de Beijing, Tianjin e Hebei, aprovada em fevereiro de 2014 pelo presidente chinês, Xi Jinping. Nos três últimos anos, 1.341 empresas de fabricação deixaram Beijing, e a situação de 350 mercados foi melhorada.

A fabricação de veículos também mudou para a Província de Hebei junto com a venda por atacado. As mudanças curaram muitas das "enfermidades de grande cidade" de Beijing, oferecendo mais espaços para a capital. O vice-diretor executivo do Gabinete de desenvolvimento coordenado de Beijing, Tianjin e Hebei, Wang Haichen, informou que os espaços serão utilizados para os assuntos políticos do governo central e serviços públicos.

"Os espaços serão utilizados para completar e aperfeiçoar as instalações culturais de Beijing para organizar atividades importantes no futuro. Além disso, serão plantadas mais árvores para melhorar o meio ambiente. Terceiro, iremos aperfeiçoar os serviços públicos, tais como estabelecer novas áreas de estacionamento."

No ponto de vista do diretor da Comissão de Desenvolvimento e Reforma, Xu Shaoshi, a libertação dos espaços de Beijing é a questão mais importante no desenvolvimento coordenado de Beijing, Tianjin e Hebei.

"Por causa da população inchada e o trânsito caótico, a capacidade de suporte de recursos de Beijing quase atingiu seu limite. Isso porque Beijing assume funções que não deveria assumir. Devemos manter dois princípios: primeiro, vamos combinar a liderança governamental com as regras do mercado, oferecendo mais espaço para o mercado. Segundo, vamos controlar rigorosamente o crescimento das funções da metrópole e continuar retirando responsabilidades de Beijing."