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O Birô Nacional de Estatísticas da China divulgou hoje (14) o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice de Preços ao Produtor (IPP) de janeiro. O IPC registrou aumento de 1% em relação ao mês anterior, e um crescimento de 2,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. O IPP, por outro lado, aumentou 0,8% frente o mês anterior e 6,9% em relação a janeiro de 2016. Os resultados corresponderam às expectativas do mercado.
Para o pesquisador do Centro para Intercâmbios Econômicos Internacionais da China, Wang Jun, houve uma aceleração no ritmo de aumento do IPC de Janeiro, ocasionado pelo Festival da Primavera. Levando em consideração o habitual aumento na demanda dos consumidores antes da maior festa tradicional do país, o crescimento do IPC se manteve numa faixa controlável, disse Wang Jun.
"O fervor na demanda nacional pela chegada da Festa da Primavera teve uma influência visível ao mercado. Como o festival caiu este ano em janeiro, em vez de fevereiro, o súbito incremento do IPC também se antecipou. Além da carne suína e produtos pesqueiros, os preços do setor de serviços, como saúde e transporte, subiram visivelmente. Em geral, as pressões da inflação não serão grandes neste ano. O aumento anual do IPC pode ficar em torno de 2,5%, ou até menos."
Quanto ao IPP de janeiro, o aumento de 0,8% em relação ao mês anterior foi bem inferior ao ritmo de crescimento registrado em dezembro, de 1,6%. Os preços do petróleo, metais, combustíveis e materiais químicos subiram rapidamente em janeiro. A pesquisadora do ChongYang Instituto para Estudos Financeiros, Liu Ying, comentou o desempenho do IPP em janeiro.
"O PIB chinês cresceu 6,7% nos três primeiros trimestres de 2016. No quarto trimestre, a economia chinesa aumentou 6,8%, indicando dinamismo do mercado nacional. No mercado internacional, os preços dos principais commodities subiram bastante. O preço do minério de ferro, por exemplo, cresceu 30% em comparação com o início do ano passado. O Fed (Banco Central dos EUA) também informou que os preços no mercado norte-americano estão no nível mais alto desde 2015."
Para analistas, o aumento dos dois índices na China deve cair devido à desaceleração do ritmo de crescimento dos preços de alimentos e commodities. Em geral, não existem pressões inflacionárias.
Ao falar das políticas de macrocontrole a serem tomadas no futuro, Wang Jun sugeriu a adoção de políticas monetárias moderadas e de políticas fiscais mais ativas.
"Neste ano, seria impossível adotar políticas monetárias frouxas. Notamos que, no início deste ano, as taxas de juros foram elevadas de forma moderada. Nesta condição, seria necessário ativar um pouco as políticas fiscais, a fim de garantir um crescimento estável da economia. Os projetos ligados ao melhoramento da vida da população e de infraestrutura deverão ganhar mais apoio financeiro."
Tradução: Inês Zhu
Edição: Rafael Imolene Fontana