O Ministério do Comércio da China afirmou que o país vai se esforçar em 2017 para criar um novo sistema relativo aos capitais estrangeiros, melhorar o ambiente de negócios, elevar a qualidade e o nível do capital estrangeiro captado. Para tanto, irá aliviar restrições para o investimento estrangeiro.

Nos primeiros 11 meses deste ano, foram criadas na China 24.355 empresas de investimentos estrangeiros, um aumento de 3%, enquanto o valor de capitais estrangeiros efetivamente utilizados pelo país chegou a 731,8 bilhões de yuans, (cerca de US$ 113,8 bilhões), uma alta de 3,9%. No entanto, a taxa é inferior à metade da registrada no mesmo período de 2015.

O diretor do departamento de administração dos investimentos estrangeiros do Ministério do Comércio do país, Tang Wenhong, afirmou que a criação de um novo sistema relativo ao investimento estrangeiro será uma das prioridades do ministério em 2017. Segundo ele, o governo chinês vai tomar medidas para melhorar o ambiente de negócios para que as empresas de capital estrangeiro desempenhem um melhor papel em promover a economia do país.

"Devemos promover a criação de um melhor ambiente de negócios, especialmente, acelerar o processo legislativo da Lei sobre os Investimentos Estrangeiros", afirmou o diretor. "Temos que ampliar as áreas de abertura e otimizar o catálogo de diretrizes para o investimento estrangeiro, a fim de atrair mais capitais estrangeiros às indústrias com boas perspectivas. Além disso, em 2017, vamos divulgar as experiências já acumuladas das zonas experimentais de comércio livre para mais regiões do país."

Dias atrás, a Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma divulgou a versão revisada do catálogo de diretrizes para o investimento estrangeiro, segundo a qual foram diminuídas em cerca de um terço as restrições contra o investimento estrangeiro. Analistas apontam que tal medida simboliza o relaxamento do país na entrada de investimentos estrangeiros, constituindo um esforço para criar o sistema de "lista negativa" na área. A especialista do Instituto Chinês de Relações Internacionais Contemporâneas, Chen Fengying, disse que as medidas restritivas já foram reduzidas.

"Já reduzimos o número das medidas restritivas contra o investimento estrangeiro para 62, o que significa um esforço do país rumo à 'lista negativa', prática comum em muitos países. Agora, abrimos as áreas comuns da indústria manufatureira, e o próximo passo será abrir as áreas avançadas e tecnológicas do setor. Quando nós alistarmos as proibições e restrições, as companhias transnacionais do globo poderão ter um conhecimento claro ao entrar no mercado chinês."

Em relação à saída da China de capitais estrangeiros, Tang Wenhong apontou que a China mantém a estabilidade política, tem um grande mercado, possui talentos competentes, e conta com fortes indústrias complementares, sendo um destino com boas expectativas para os investimentos estrangeiros.

(tradução: Shi Liang  revisão: Rafael Fontana)