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O Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, decidiu nesta quarta-feira (14), como era esperado pelo mercado, elevar as taxas de juros nos Estados Unidos, a maior economia do mundo. Com a alta, a primeira em um ano, os juros devem ser elevados para a faixa entre 0,5% e 0,75%, contra 0,25% a 0,5% atualmente. Como resposta, o dólar americano subiu e o yuan, moeda chinesa, registrou a maior queda nos últimos seis anos. Os mercados de ações e de títulos chineses foram fortemente afetados.
Hoje, a taxa de câmbio do dólar em relação ao yuan chegou a 6.9289, 261 pontos básicos menos do que o registrado ontem. A moeda chinesa alcançou o nível mais baixo desde junho de 2008. A presidente do Instituto de Investimentos Forex da China, Tan Yalin, disse que é inevitável a desvalorização do yuan em decorrência do aumento dos juros pelo Fed. Mas não se deve superdimensionar os impactos, afirmou Tan.
"Depois de o Fed anunciar o aumento das taxas, o dólar subiu 102 pontos. A valorização da moeda norte-americana traz inevitavelmente pressões de desvalorização ao yuan. Aliás, existe desde muito tempo a expectativa da desvalorização da moeda chinesa. O Fed elevou duas vezes os juros, mas apenas em 50 pontos. Por isso, não devemos superdimensionar o papel da alavanca da taxa de juro pelo Fed. A especulação nesse sentido foi um dos importantes fatores que causaram as flutuações no mercado."
Impacto nos mercados
A Bolsa de Valores de Shanghai abriu hoje com uma queda de 0,47%, e a Bolsa de Valores de Shenzhen começou o dia com baixa de 0,3%. A situação no mercado de títulos e de futuros foi pior. Os títulos com prazo de 10 anos tiveram uma queda de 2%, e os títulos de cinco anos, uma redução de 1,2%. Para o sub-economista-sênior do Centro de Intercâmbios Econômicos da China, Xu Hongcai, a elevação das taxas nos EUA causará a saída de capitais do país asiático.
"Os capitais estão entrando nos EUA porque a taxa de renda vai aumentar lá. Os impactos da nova decisão do Fed ao mercado acionário chinês são indiretos. O mercado de títulos é o mais afetado."
Segundo previsões divulgadas pelo Fed, o banco central norte-americano ainda vai realizar, no próximo ano, três elevações dos juros. Xu Hongcai sugeriu que a China reforce em 2017 a supervisão sobre o fluxo de capitais.
"Nos próximos anos, o desempenho da economia chinesa se manterá numa faixa estável. Mas o fluxo de capitais internacionais pode provocar impactos negativos. O nosso maior risco reside nas flutuações dos câmbios e no fluxo de capitais. Devemos tomar medidas de prevenção contra a especulação de capitais internacionais."
Tradução: Inês Zhu
Edição: Rafael Imolene Fontana