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Sairá na próxima terça-feira (12) a decisão do tribunal de arbitragem sobre o Mar do Sul da China, estabelecido a pedido unilateral das Filipinas. O novo presidente filipino havia manifestado estar disposto a dialogar com a China após o veredito. Em relação a esta postura, o porta-voz da chancelaria chinesa, Hong Lei, comentou que seja qual for o resultado, este não será admitido e nem reconhecido pelo país. Além disso, a China não aceitará qualquer proposta ou ação apresentada com base em tal decisão. Ele disse esperar que o novo governo filipino abandone essa conduta adotada pela gestão anterior e retome as negociações com a China.
Recentemente, as manobras militares chinesas nas águas adjacentes das Ilhas Xisha no Mar do Sul da China despertaram a atenção da comunidade internacional. Segundo anunciou a Administração da Segurança Marítima da China, as manobras vão terminar na próxima segunda-feira (11), um dia antes do veredito final. A chancelaria vietnamita alegou nesta segunda-feira (4) que a manobra chinesa violou a soberania do Vietnã. Quanto a isso, Hong Lei alegou que tal exercício foi uma prática militar normal e programada segundo o cronograma da marinha chinesa. A ação está de acordo com a soberania chinesa e não tem como alvo qualquer país.
"As Ilhas Xisha são parte inerente do território chinês. Não há dúvidas quanto a isso. A manobra militar foi ordinária e programada conforme o plano anual da marinha chinesa, e está de acordo com a soberania chinesa. O exercício militar não tem como alvo outro país. Esperamos que as diversas partes o compreendam de forma objetiva."
A China tem realizado, nos últimos anos, diversas manobras militares no Mar do Sul da China. O diretor da Comissão de Especialistas em Informatização Marinha, contra-almirante Yi Zhuo, apontou que a manobra militar pretende mostrar a capacidade chinesa de salvaguardar seus interesses e direitos do mar.
"A manobra militar em si, não foi marcada em uma data específica. O tribunal de arbitragem sobre o Mar do Sul da China pretendia anunciar o resultado final em maio deste ano. Mas adiou por duas vezes a data. Quando planejamos esta manobra, não tínhamos ideia de que o veredito seria adiado até julho. O planejamento e a obtenção da autorização foram um longo processo. Não seria possível planejarmos uma manobra como esta em uma data específica. Porém, todos os países que realizam manobras no Mar do Sul da China possuem objetivos políticos. O nosso é mostrar que o exército e a marinha chineses têm capacidade de salvaguardar seus direitos e interesses marítimos, bem como a soberania!"
Para o vice-reitor da Universidade de Assuntos Diplomáticos da China, Wang Fan, a intervenção norte-americana vai causar um retrocesso nas relações China-EUA.
"Esperamos que os EUA não ´coloquem mais lenha na fogueira´ em relação à questão do Mar do Sul da China. Isso só vai complicar ainda mais a situação. Existem ainda muitas divergências que precisam ser tratadas e resolvidas entre a China e os EUA. A questão do Mar do Sul da China não deve interferir desta forma no relacionamento sino-norte-americano."
Tradução: Inês Zhu
Revisão: Denise Melo