A China está confiante com o futuro das relações comerciais entre o país e a União Europeia (UE), afirmou hoje (5) em Beijing o porta-voz do Ministério do Comércio da China, Shen Danyang.

Shen Danyang fez tal afirmação durante uma coletiva de imprensa. O porta-voz disse que a China está acompanhando a evolução e as consequências da saída do Reino Unido da UE.

"A China sempre trata das relações econômicas e comerciais com a UE e o Reino Unido a partir de uma visão estratégica e de longo prazo. A UE é o maior parceiro comercial e uma das regiões de cooperação e investimento mais importantes da China. Dentro do bloco europeu, o Reino Unido é o segundo maior parceiro comercial da China. O relacionamento sino-britânico está entrando numa época dourada de desenvolvimento. Continuamos tendo confiança em relação às perspectivas de comércio entre a China e a UE e queremos aprofundar a cooperação bilateral em todas as áreas."

O mercado financeiro internacional está passando por turbulências por diversos fatores, entre eles a desfiliação da UE pelo Reino Unido. A cotação do dólar e da libra esterlina sofreram flutuações significativas.

Perante as crescentes incertezas externas, Shen Danyang destacou que apesar do impacto a curto prazo, o investimento chinês no exterior vai continuar ativo e estável.

"Consideramos que os impactos são limitados. A médio e longo prazo, essas influências desaparecerão. Há muitas novas oportunidades de investimento no mercado internacional. Em geral, as empresas chinesas possuem boas perspectivas e cooperação com o exterior."

Ao falar sobre o protecionismo comercial e as medidas subsidiais contra a China, Shen Danyang frisou que a China tem sido o maior alvo de investigações antidumping e anti-subsídio. Segundo o porta-voz, desde 1995 quando foi fundada a Organização Mundial do Comércio, 48 membros da organização já moveram ações de subsídio comercial contra a China, somando 1.149 casos. O número representa 32% das investigações totais.

Shen Danyang apontou que o protecionismo vai impedir a recuperação da economia mundial e agravar a atual crise. Ele disse que a China vai adotar medidas para proteger seus próprios interesses.

"O governo chinês apoia que as empresas do país respondem aos casos de disputas comerciais conforme os processos jurídicos. A China também vai orientar as empresas a diminuir as tensões através de consultas. Quanto ao abuso de medidas protecionistas por alguns países, a China vai urgi-los a rever a situação por meio de negociações e recorrer, quando for necessário, à OMC para proteger seus interesses legítimos."