Com a influência do El Niño, a China vem enfrentando nos últimos meses um clima extremo de fortes chuvas e granizos. No sul da China, mais de 20 chuvas torrenciais provocaram inundações em 222 rios, com as piores enchentes nos últimos cinco anos. Até o momento, 11 províncias chinesas são atingidas por enchentes, com mais de nove milhões de pessoas afetadas, 7.800 casas destruídas e perda econômica direta de 11 bilhões de yuans.

Na coletiva de imprensa realizada nesta quarta-feira(29), o secretário-geral do Comando-Geral de Prevenção da Inundação e combate à Estiagem, Liu Ning, disse que o país já entrou no pleno período de enchentes, e que o desafio é bem severo.

"Segundo as previsões, a quantidade de chuva deste ano é maior do que outros anos. Influenciada pelo El Niño, a situação meteorológica e hidráulica é complicada, aumentando a possibilidade de ocorrer grandes enchentes no sul do país. Os tufões, mais fortes que o passado, podem chegar às regiões interiores, agravando os trabalhos de combate às calamidades."

Para enfrentar o clima extremo, o país já mobilizou mais de 610 mil pessoas e 30 mil máquinas nos trabalhos de resgate, e destinou também 1,1 bilhão de yuans para as regiões atingidas. O país enviou 19 equipes de trabalho para as regiões mais vulneráveis, para ajudar na prevenção de calamidades. Em algumas barragens, os tanques foram esvaziados com antecedência para receber as eventuais inundações.

O diretor da Administração Estatal de Meteorologia, Zheng Guoguang, disse que a entidade vem desenvolvendo uma série de cooperações com outros departamentos para aumentar a capacidade de prevenção e redução de calamidades, compartilhamento de informações e divulgação de alertas.

"Até o momento, lançamos mais de 140 mil alertas através do sistema de divulgação de informação. Enviamos também, por meio do celular, mensagens de alerta para os agentes do departamento de reação emergencial. Estamos nos esforçando para que as zonas rurais se enquadrem no nosso sistema de alerta."

Zheng Guoguang vê com importância as previsões meteorológicas, e disse que a prioridade da próxima etapa é elevar a capacidade dos profissionais de preverem o clima com precisão.

"Estamos nos esforçando para aumentar a precisão das previsões. Há cinco anos, as previsões eram medidas em 20 quilômetros, e agora, em apenas cinco quilômetros. A frequência de previsão passou de cada 24 horas para três horas, e até uma hora. A precisão da previsão de chuva durante 24 horas chegou a 87,3% no ano passado, e a temperatura, 80%, alcançando o nível avançado internacional. "