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Conforme a arbitragem, os EUA devem cobrar impostos de antidumping e anti-subsídio contra os módulos compostos por células de silício monocristalino da China. A investigação foi solicitada pela companhia da Alemanha Solar World AG. Caso a Comissão do Comércio Internacional dos EUA tome a mesma decisão em janeiro do ano que vem, a alfândega irá oficialmente cobrar estes impostos.
Na opinião do vice-secretário-geral da Câmara do Comércio de Novas Energias da China, Liang Long, a cobertura de impostos antidumping pelos EUA pode causar perdas de US$3 bilhões para as empresas chinesas do setor fotovoltaico.
"As exportações dos produtos fotovoltaicos da China já atingiram um montante de US$3 bilhões. Em um curto prazo, as empresas podem perder uma parte dos mercados na Europa e na América do Norte. Com a diminuição dos lucros, algumas empresas, por falta de competividade, podem chegar ao colapso."
Em comparação com a primeira investigação executada em 2009, desta vez foi ampliado o alvo dos produtos, passando de baterias para módulos e painéis fotovoltaicos. Além disso, a investigação não foi feita apenas sobre produtos provenientes do continente da China, como também sobre Taiwan, visando impedir as empresas do continente chinês a fugir de impostos através de Taiwan. Para o analista do setor, Liu Xu, os EUA tratam injustamente as empresas chinesas.
"Para proteger alguns fabricantes, os EUA abusam do uso de medidas comerciais, o que não é justo para as empresas chinesas. Em particular, eles só tomam como referência o custo de outros países para medir a ação de dumping da parte chinesa."
Perante as barreiras, as empresas chinesas mantêm-se muito calmas, em vez de lutar fortemente em conjunto, como antes. O presidente da Corporação. Ltd. de Energia Solar Tianhe, Gao Jifan, falou:
"Ao longo destes anos, o nosso setor fotovoltaico obteve muitas experiências na luta frente ao protecionismo estrangeiro. Sabemos como agir para equilibrar a apelação das empresas dos dois lados. "
Já especialistas norte-americanos mostram também preocupação com a decisão do governo de tomar medidas protecionistas. A Associação da Energia Solar dos EUA alertou que a cobertura de imposto antidumping pode afetar interesses das próprias empresas e reduzir os postos de trabalho nesse setor, visto que os fabricantes do país dependem em grande medida da cadeia global de suprimentos dos produtos fotovoltaicos. O chefe-executivo da Sociedade norte-americana de Investimento na Energia Renovável, David Miner diz que não é necessário atrito comercial.
"Ao meu olhar, as disputas são desnecessárias. O desenvolvimento do setor fotovoltaico precisa de cooperação, mas não de atritos comerciais. Temos de promover diálogos francos e sinceros, em vez de obedecer às ordens daquelas empresas que já perderam sua competividade."
Afinal, o governo chinês está pensando em tomar ação para defender seus direitos no âmbito da Organização Mundial do Comércio.
Tradução: Isabel Shi
Revisão: José Mederios da Silva