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Desde o início de 2014, muitas cidades da China vêm acumulando um número considerável de casas não vendidas. A cidade de Hangzhou, capital da província de Zhejiang, suspendeu nesta terça-feira as restrições para a compra de imóveis com superfície superior a 140 metros quadrados. O adjunto do diretor do Centro de Estudos sobre Bens Imóveis da Universidade de Zhejiang, Ye Hongwei, explicou:
"A situação do mercado imobiliário de Hangzhou é realmente grave. Devido à oferta enorme de casas, os preços são ainda inferiores aos de quatro anos atrás. São mais baixos do que os registrados em março de 2010."
Analistas preveem que as cidades com políticas de controle, exceto Beijing, Shanghai, Guangzhou e Shenzhen, podem anular parcial ou completamente as restrições. A comentarista de finanças e economia, Ye Tan, considera que esta é a melhor época para por fim às limitações.
"O Governo disse que as restrições para compra de casas são recursos extremos num período especial do mercado. Naquele período, os preços imobiliários aumentaram vertiginosamente, enquanto o país emitiu uma grande quantidade de moeda para incentivar a economia. Atualmente, entretanto, a situação mudou. O volume de emissão monetária é estável e as expectativas sobre o mercado imobiliário também mudaram. Por isso, está no período oportuno para desistir das políticas anteriores."
Os efeitos da mudança, no entanto, variam entre as diferentes regiões e se revelaram não muito notáveis na maioria das cidades. Profissionais do setor imobiliário assinalaram que isso é porque as políticas de crédito ainda não foram reajustadas para apoiar as compras. Um vendedor de casas em Wuxi, que não quis se identificar, explicou as razoes:
"Além do cancelamento das restrições, também existe o problema do empréstimo. Os bancos continuam com o controle da concessão de crédito. Se essa situação não for alterada, o mercado imobiliário não terá melhorias significativas. Acho que pode haver flutuações nos preços, mas não seriam muito grandes."
Entre as cidades que liberaram as políticas, só Hangzhou anunciou, em paralelo, a redução do pagamento inicial nas compras. Outras cidades ainda não divulgaram medidas para facilitar a aquisição no aspecto financeiro. Especialistas destacam que as políticas futuras sobre o setor imobiliário dependerão da situação do mercado. O economista, Qiu Xiaohua, considera que os reajustes podem durar meio ano. Depois, o mercado imobiliário vai deixar a era de lucros irracionais com a estabilização dos preços.
"O reajuste vai permanecer por muito tempo e pode continuar no segundo semestre deste ano. Uma vez que os reajustes terminem, o mercado imobiliário da China pode entrar num novo período de concorrência justa e relacionamento razoável entre a oferta e a procura. Um desenvolvimento científico do setor também requer a supervisão do governo. Se isso se tornar realidade, não haverá jamais o fenômeno de subida e queda vertiginosa de preços."