Scolari e Tabárez: uma rivalidade, duas versões
  2014-05-23 15:26:52  cri

É inevitável. Quando Brasil e Uruguai se cruzam em uma Copa do Mundo da FIFA, as lembranças do passado vêm imediatamente à tona. Desde a famosa final de 1950 em um Maracanã assombrado com a façanha da Celeste, passando pela extraordinária atuação da Seleção nas semifinais do México 1970, charrúas e pentacampeões sempre têm algo para recordar.

Este ano, com a realização do principal torneio do calendário internacional em terras brasileiras, é impossível ser diferente. Por isso, o FIFA.com se reuniu com Luiz Felipe Scolari e Oscar Tabárez, técnicos das duas equipes, para analisar a história viva entre esses dois vizinhos e rivais.

O episódio do Maracanazo, que povoou o imaginário de ambos durante a infância, foi o ponto de partida para uma viagem no tempo inspirada nessa antiga rivalidade. "Cresci com uma história desfigurada, mal contada", surpreendeu El Maestro ao falar sobre uma partida que, segundo Scolari, se tomou de forma equivocada em seu país. "Não concordo com as pessoas que só enxergam o lado negativo, porque foi a primeira vez que o Brasil chegou a uma final. Aquele ano ficou marcado por uma derrota, mas também foi o início de um processo que nos levou a ser cinco vezes campeões", disse Felipão.

A harmonia no discurso dos dois treinadores não se resume àquela final, pelo contrário. Fica evidente na hora de analisar e recordar a revanche da Seleção duas décadas depois, em Guadalajara, graças a um endiabrado Pelé, que naquela partida deixou mais um lance genial para a história: o drible da vaca, sem tocar na bola, sobre o goleiro Ladislao Mazurkiewicz. A visão de Scolari e Tabárez a respeito daquele jogo e uma análise concreta da rivalidade entre as duas seleções também estiveram presentes na entrevista, que chegou ao fim com um detalhe interessante sobre a origem da amizade de ambos fora dos gramados.

Amizade que, sem dúvida, voltará a ficar de lado caso os caminhos dos dois técnicos se cruzem a partir do próximo mês. Ou pelo menos por 90 minutos. Porque, como diz Felipão, "Tabárez é uma pessoa que admiro muito por sua maneira de treinar e sua relação com jogadores, treinadores e amigos, entre os quais me incluo".

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