Um grupo de jovens não poupa esforços em escavar um pedaço de terra dentro do campus universitário da Escola Jincheng no Sudoeste da China, toda a manhã de domingo.
Mas não são jardineiros, são estudantes de um curso da Universidade de Sichuan.
Desde a primavera passada, os trabalhos agrícolas formam parte de seu currículum. Com uma carga de dois créditos, este tipo de trabalho é um requisito indispensável para sua graduação.
Alguns estudantes valorizam o peculiar curso como uma experiência útil, outros, sem embargo, lamentam não ser remunerados.
A Escola Jincheng, centro privado da prestigiosa Universidade de Sichuan, converteu 7,2 hectares de campus em seis parcelas agrícolas destinadas aos seis departamentos do centro.
Cada departamento é responsável de sua própria parcela. O centro deu a cada um dos departamentos com 3.000 yuans (US$383) de investimento inicial e equipamento, como enxadas, baldes ou bombas de água.
Os estudantes devem trabalhar 64 "aulas" de 45 minutos para conseguir um crédito. Antes da graduação recebem outro crédito, depois de analisar a produção de suas parcelas.
Na cerimônia de abertura do novo semestre, o centro expôs os productos obtidos pelos alunos.
"Esperamos que as tarefas agrícolas possam ajudar os estudantes a cultivar as qualidades inovadora e pragmática", afirmou Zhou Guangyan, director do centro.
As parcelas funcionam como empresas, com seus próprios departamentos de comercialização, finanças e produção. Os directores dos departamentos são responsáveis do grupo de coordenação dos trabalhos agrícolas e os estudantes podem competir pelo resto de postos, entre eles o de director geral.
"Temos aprendido algo que não se aprende nos livros", disse Huang Xiaoxia, director geral de Jinfeng Farm e estudante de literatura.
Sem embargo, alguns estudantes questiona as intenções do centro educativo.
"As parcelas dão beneficios, mas não temos salários. Somos trabalhadores explorados?" perguntou um estudante.
A gestão das parcelas permitem aos estudantes experimentar a dureza dos trabalhos agrícolas e põe em prática seus conhecimentos teóricos, opinou Hu Guangwei, vice-presidente do Instituto de Sociologia de Sichuan, quem reconheceu que a motivação dos estudantes cresceria, se retribuir-se parte dos benefícios das parcelas aos estudantes com dificuldades econômicas.
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