A Região Autônoma da Etina Uigur de Xinjiang celebrou no mês passado na sua capital, Ürümqi, o primeiro Festival Internacional de Danças Folclóricas. Mais de 1.300 dançarinos, oriundos de dezenas de grupos artísticos nacionais e estrangeiros, levaram 45 espetáculos de danças folclóricas aos palcos.
Você está escutando o som da cerimônia de abertura do festival, que exibe a diversidade das danças folclóricas de Xinjiang e sua evolução nos tempos modernos.
Segundo o vice-presidente da Sociedade de Dançarinos Chinesa, Feng Shuangbai, a região de Xinjiang reúne danças folclóricas de 13 grupos étnicos, sendo conhecida como "a terra das danças". O governo chinês dá muita atenção a este patrimônio imaterial e o protege com a promoção de festivais e fóruns temáticos. Feng disse:
"As danças folclóricas, sobretudo as das minorias étnicas, ganharam um respeito sem precedente de toda a sociedade. É um fenômeno muito positivo. Ao mesmo tempo, muitos artistas estão trabalhando na renovação dessas artes. Estimulamos os artistas a produzirem danças que atendam à demanda do público da nossa era, mas também preservando as caraterísticas tradicionais".

Na cerimônia de abertura do festival, a CRI entrevistou a dançarina Rena, da etnia Uigur, que liderou a dança Daolang. Segundo ela, Daolang é um dos lugares onde se concentra o maior número de pessoas da etnia Uigur em Xinjiang. Ela levou quatro meses para praticar e fazer ensaios.
"É a primeira vez que Xinjiang promove um festival de danças, o que não foi fácil. Convidamos vários diretores de Beijing. Eles passaram vários dias ensaiando junto com os dançarinos. O trabalho foi bem cansativo, mas ninguém reclamou. Eles viram nossas danças e ficaram emocionados com a riqueza da língua do corpo que temos. Estou muito contente por poder participar do evento, que oferece uma oportunidade para o mundo conhecer Xinjiang".

Grupos artísticos nacionais e estrangeiros fizeram apresentações em dezenas teatros de Ürümqi e Changji. Entre eles, 21 grupos são de Xinjiang. Eles trouxeram danças típicas de sua própria etnia e fizeram apenas pequenas modificações em vestuários e coreografia.
Você escuta agora Primavera de Mukam. Mukam é uma palavra árabe e significa "normas e reunião". A arte de mukam é a denominação genérica de todos os tipos de Mukam que circulam em Xinjiang e integra diversas expressões artísticas como, por exemplo, canto, poesia, música, dança e representações instrumentais. No dia 25 de novembro, a arte Mukam foi incluída pela UNESCO na lista de patrimônios imateriais mundiais. O grupo artístico Mukam de Xinjiang, fundado em 1989, é a única entidade na China destinada a reunir, pesquisar e divulgar esta antiga arte dos uigures. Segundo o chefe da entidade, cada distrito em Xinjiang possui sua rede para o treinamento dos recursos humanos voltados à divulgação da arte Mukam. Para participar do festival, os 152 membros do seu grupo iniciaram há dois anos a preparação. Ele disse:
"Levamos dois anos para preparar a Primavera de Mukam. Mantivemos a música e as letras originais e fizemos apenas pequenas modificações nos vestuários e na coreografia. O festival serve como um palco para exibirmos o Mukam dos uigures".
O festival convidou artistas de nove países e regiões, incluindo Rússia, Egito e México. A companhia de dança folclórica da Universidade de Chihuahua, do México, enviou uma delegação composta por 30 pessoas. Para o chefe da delegação, António Rubio Sagarnaga, o festival oferece um palco excelente para diferentes povos se conhecerem.
"O festival de danças ofereceu uma oportunidade. Acho importante para os espectadores conhecerem culturas de outras nações. Os dançarinos do mundo possuem uma língua comum, que é a língua do corpo. Espero que esta bela cidade continue promovendo este evento".
Zhang Ying, estudante do Instituto de Arte de Xinjiang, assistiu a vários shows. Para ela, o festival não só exibiu danças folclóricas, mas também mostrou ao mundo a região de Xinjiang. Ela falou:
"A impressão que o mundo tem sobre Xinjiang é de uma região atrasada. O festival oferece uma chance para o exterior conhecer Xinjiang, que está vivendo uma mudança profunda em todos os setores".
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