Com o ancião da margem do rio
2007-04-09 15:43:17    cri
Com o ancião da margem do rio

O coração dos homens deseja ouro e jade,

A boca dos homens cobiça vinho e carne.

Não é assim o velho da margem do rio,

Bebe da sua cabaça, satisfeito com tão pouco.

A sul do rio corta lenha e erva,

A norte do rio levanta paredes, um telhado.

Por ano, semeia apenas uma jeira de terra,

Na primavera puxa dois bezerros,

Dia a dia, entre lides e canseiras, tranquilo,

Despreocupado face aos problemas do mundo.

Encontrei-o, por acaso, caminhando na margem do rio,

Conduziu-me ao lar, alojou-me na choupana.

Na despedida, de regresso ao mercado e à corte,

O ancião perguntou por meu salário, meu ofício.

Duvidou, sorriu e disse:

"Os mandarins da corte não dormem em choupanas".

 
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