A reunião dos negociadores chefes do sexteto sobre a questão nuclear da Península Coreana terminou ontem (11) à noite em Beijing. Em quatro dias de negociações bilaterais e multilaterais, os negociadores do sexto não conseguiram obter avanços programáticos sobre a declaração e verificação do plano nuclear da República Popular Democrática da Coréia (RPDC). Ouça a agora a reportagem:
A reunião dos negociadores chefes do sexteto foi realizada entre os dias 8 e 11 de dezembro em Beijing. O vice-ministro das Relações Exteriores da RPDC, Kim Kye-Gwan, o diretor do Departamento da Ásia e Oceania do Ministério das Relações Exteriores do Japão, Saichi Akitaka, o diretor do Departamento das Negociações de Paz da Península Coreana do Ministério das Relações Exteriores e Comércio da Coréia do Sul, Kim Sook, o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexei Borodavkin, e o secretário adjunto para os assuntos do Leste Asiático e Pacífico, Christopher Hill, participaram da reunião com as respectivas delegações. O vice-chanceler chinês, Wu Dawei, presidiu a reunião.
Após a reunião, o negociador chefe chinês Wu Dawei divulgou uma declaração resumindo os avanços positivos obtidos na reunião. Wu Dawei disse:
"As seis partes confirmaram avanços positivos na concretização das ações da segunda fase da declaração comum de 19 de setembro, a desativação das instalações nucleares de Yongbyon, a declaração do programa e das instalações nucleares da RPDC e o apoio econômico e energético. A reunião elogiou os esforços feitos nesse sentido. As várias partes concordaram em aplicar o documento comum de 3 de outubro sobre a desativação das instalações nucleares de Yongbyon e apoio econômico e energético de um milhão de toneladas de óleo bruto à RPDC e dão boas-vindas à participação da comunidade internacional no apoio ao país. As seis partes também avaliaram os avanços obtidos na verificação da desnuclearização da Península Coreana e acolhem a ajuda e o aconselhamento da Agência Internacional da Energia Atômica durante o processo de verificação."
A reunião impulsionou as ações da segunda fase mas, no tocante ao problema da vistoria do programa nuclear da RPDC, não houve avanço importante. O vice-investigador do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, Li Jun, considera que desde o início já havia grandes divergências neste aspecto.
"Para os EUA, o ponto-chave é a vistoria do programa nuclear, ou seja, é preciso elaborar um cronograma provisório para a vistoria. Para a RPDC, esta rodada de negociações do sexteto deve focalizar na desnuclearização e na ajuda econômica. Daí surgiram as grandes divergências em torno deste problema importante."
A China, que preside esta rodada, expressou novamente a vontade de promover ativamente as negociações. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Qin Gang, afirmou:
"Na presidência das negociações do sexteto, a China vai desempenhar um papel positivo e construtivo, ampliar consensos e diminuir divergências entre as várias partes para buscar os interesses comuns e impulsionar avanços positivos das conversações."
Li Jun, vice-investigador do Instituto de Relações Internacionais Contemporâneas da China, acha que as negociações do sexteto são a maneira mais eficaz de resolver a questão nuclear da Península Coreana e que é preciso reconhecer seu aspecto positivo diante das dificuldades. Ele resumiu em três pontos:
"Primeiro, de ponto de vista filosófico, as negociações do sexteto mostram que a história da humanidade é um processo persuasão. Segundo, as negociações do sexteto mostram que o conceito de cooperação para a segurança, ou seja, os países realizam segurança regional e segurança nacional através de ampla cooperação em diversas áreas. Terceiro, as negociações do sexteto ofereceram uma plataforma de diálogo, promoveram a confiança recíproca e estabeleceram uma base favorável para a fundação do sistema de cooperação da segurança do Nordeste Asiático e defesa da paz e estabilidade regional."
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