Aberta em São Paulo a Conferência Internacional de Biocombustíveis
2008-11-19 11:45:45    cri

Foi aberta nesta segunda-feira (17) na cidade brasileira de São Paulo a Conferência Internacional de Biocombustíveis, na qual representantes de 40 países do mundo discutirão problemas de desenvolvimento sustentável da bioenergia. Analistas consideram que a crise financeira global vai reduzir a demanda de bioenergia, mas o uso dos biocombustíveis já tem uma tendência de desenvolvimento. A conferência durará cinco dias para discutir os temas de segurança dos biocombustíveis, desenvolvimento sustentável e mudanças climáticas.

A ministra-chefe da Casa Civil do Brasil, Dilma Rousseff, participou da conferência como representante do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva. A conferência é realizada em um momento de crise financeira internacional, por isso, muitos estão preocupados com o futuro da bioenergia. Sobre isto, Rousseff considera que a crise financeira global oferece oportunidades para o investimento em geração de energia sustentável. Ela reconheceu que a recessão econômica mundial vai reduzir a demanda de bioenergia no mundo, mas a crise também torna prioridade a elaboração de um projeto de desenvolvimento da energia verde e os biocombustíveis serão essenciais neste projeto.

Durante a realização da conferência, algumas organizações brasileiras e internacionais realizaram atividades protestando contra o uso da bioenergia. Desde a crise dos alimentos deste ano, as pessoas colocaram em dúvida o uso da bioenergia. O Banco Mundial, a Organização de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas e Fundo Monetário Internacional consideram que a demanda da bioenergia está crescendo, o que é a causa principal do aumento no preço dos alimentos. Na opinião dos opositores, a ampliação da área de plantação para produção de bioenergia vai causar uma grande redução da disponibilidade de cereais e isto causa um aumento do preço dos alimentos, agravando a falta de cereais, a pobreza e a fome. Além disso, estas plantações são matérias-primas de muitas outras atividades agrícolas, então, vão causar elevação dos preços dos alimentos diários.

Enfrentando a crítica do aumento do preço dos alimentos causado pela bioenergia, Rousseff disse que a origem da bioenergia brasileira é a cana-de-açúcar, cuja área de plantação ocupa somente 0,5% da área total do país e que ainda há muita terra para outras plantações. Ela estimulou os países pobres e os produtores de cana-de-açúcar a ampliarem a produção do álcool com cana-de-açúcar como matéria-prima e anunciou que o Brasil vai elaborar um projeto agrícola para garantir que a produção das plantações dos países latino-americanos possa satisfazer o abastecimento de energia e alimentos.

O Brasil ocupa uma posição de destaque no uso de bioenergias no mundo. O país é um dos países com mais sucesso no uso de álcool como combustível para automóveis. Sete milhões de veículos funcionam com álcool e gasolina em mistura livre. Além disso, o uso de gás natural também é popular no Brasil e vários táxis e ônibus usam este combustível, que é mais limpo e barato.

A imprensa ponderou que, por causa da pressão da segurança energética mundial e desenvolvimento sustentável do meio ambiente, o desenvolvimento da bioenergia já é uma tendência inevitável. Um funcionário do Ministério da Agricultura dos EUA afirmou na conferência que seu país vai cooperar com o Brasil para aumentar o uso de álcool e diminuir a dependência do petróleo. A produção global da bioenergia é de cerca de 80 bilhões de litros e a Organização de Alimentação e Agricultura das Nações Unidas prevê que a produção mundial vá crescer para 120 bilhões de litros em 2015.

No mesmo dia da abertura da conferência, também foi inaugurada em São Paulo a 1ª Exposição Internacional de Bioenergia, com participação de 70 empresas com seus produtos de biocombustível. O produto mais atraente é o único avião do mundo que usa completamente álcool como combustível, desenvolvido pelo Brasil. Desde o início da fabricação, em 2005, já foram vendidos 66 aviões deste tipo, que são usados nas áreas de agricultura, combate a incêndios e outras. O avião pode poupar 40% das despesas em comparação com avião de mesmo tipo que usa combustível convencional.

 
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