Foi realizada ontem (10) em Berlim a 14ª Reunião da Federação de Cooperação Econômica China-Alemanha, presidida pelo ministro chinês do Comércio, Chen Deming, e pelo ministro alemão da Economia e Tecnologia, Michael Glos. As duas partes chegaram a importante consenso sobre o reforço da cooperação econômica e comercial e enfretamento conjunto da crise financeira global. Ouça agora a reportagem:
Fundada em 1979, a Federação de Cooperação Econômica China-Alemanha é um mecanismo bilateral para a negociação das cooperações econômicas e comerciais mais importantes entre governos. Os cerca de 100 representantes dos setores público e privado dos dois países debateram a ampliação da abertura do mercado de serviços, proteção da propriedade intelectual, fortalecimento da cooperação econômica e promoção das negociações da rodada de Doha, entre outros temas de atenção comum, chegando a uma série de consensos. O ministro chinês do Comércio Chen Deming disse:
"Um dos consensos mais importantes é que as duas partes consideram necessário enfrentar conjuntamente a crise financeira mundial, ter firme confiança e reforçar a cooperação econômica e comercial, a fim de impulsionar a economia dos dois países e manter a estabilidade econômica global."
Antes da reunião, a China promoveu amplos reajustes sobre as políticas de macrocontrole para superar os impactos da crise financeira mundial sobre a economia nacioal. O ministro alemão de Economia e Tecnologia, Michael Glos, elogiou as medidas da China e sublinhou:
"As medidas tomadas pela China são bem-vindas. As principais economias do mundo estão anunciando seus respectivos planos. A China tem capacidade de ação e grande volume de reservas cambiais. Acho correto aproveitar esta chance para estimular a economia doméstica, beneficiando a economia global e o povo chinês. Isto também representa uma oportunidade para economia alemã. Espero que o plano da China também possa favorecer a economia do nosso país."
Para superar a crise financeira, o governo alemão também lançou pacotes de socorro ao mercado. Chen Deming assinalou que cada país tem suas particularidades e maneiras de enfrentar a crise e que o pacote da China corresponde à realidade do país.
"Diante da crise financeira, aumentamos o investimento na infra-estrutura por meios de dívida e déficit, o que condiz com a situação da China. O mais importante é tranformar investimento em rendimento e consumo."
A China é o segundo maior parceiro comercial da Alemanha, depois da União Européia. Por outro lado a Alemanha é, para a China, o maior investidor e o principal parceiro europeu no comércio técnico. Sobre o reforço da cooperação econômica e comercial entre os dois países, Chen Deming, afirmou:
"Ambas as partes discutiram o apoio mútuo e a coordenação entre governos na área de investimento. Esperamos que a parte alemã ofereça conveniência aos vistos para as delegações comerciais chinesas. Acredito que a Alemanha vai apoiar a China nos problemas de redução do protecionismo comercial da UE e reconhecimento da China como economia do mercado, entre outras questões. Também queremos facilitar o investimento das empresas alemãs na China."
Numa emenda à Lei da Economia para o Exterior, o governo alemão determinou que as empresas estrangeiras que compram mais de 25% das ações das empresas nacionais devem passar pela avaliação do ministério da Economia, a fim de prevenir riscos à segurança nacional ou à ordem pública. A imprensa alemã considera a medida uma prevenção do fundo de soberania de alguns países. Glos explicou que essa interpretação é um mal-entendido e que o governo alemão dá boas-vindas ao investimento chinês.
"Esta situação é rara. A lei oferece a garantia legislativa, mas não é especialmente voltada para os fundos de soberania dos países. Atualmente, existe desequilíbrio entre investimentos comerciais chinês e alemão, mas nós estamos abertos ao investimento das empresas chinesas na Alemanha."
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