O vice-diretor do Departamento do Trabalho sobre a Frente Unida (DTFU) do Comitê Central do Partido Comunista da China (CCPCCh), Zhu Weiqun, apresentou hoje (10) em Beijing o andamento dos recentes contactos e consultas com representantes privados do Dalai Lama. Ele disse que a parte do Dalai não renunciou a sua posição separatista e que a união, integridade territorial e dignidade nacional são os interesses máximos do povo chinês. Vamos à reportagem de hoje.
Entre os dias 31 de outubro e 5 de novembro, uma equipe de cinco pessoas, entre eles os representantes privados do Dalai Lama, Lodi Gyari e Kelsang Gyaltsen, regressou à China. Os órgãos competentes do governo central realizaram contatos e consultas com o grupo. Este foi o nono contato desde 2002 e o terceiro vez este ano.
Em coletiva à imprensa organizada hoje pelo Gabinete de Imprensa do Conselho de Estado da China, Zhu disse que o vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês e diretor do DTFU do CCPCCh, Du Qinglin recebeu a equipe de Lodi Gyari e apresentou uma proposta de três pontos.
"Primeiro, na China, todas as organizações e indivíduos devem tomar a Constituição como base de suas atividades. A persistência da liderança do Partido Comunista da China, do caminho do socialismo com características chinesas e do sistema de autonomia regional de minoria étnica é estipulada explicitamente na Constituição. Nenhuma conduta que viole a Constituição e negue as "três persistências" é permitida. Segundo, todos os locais com autonomia regional de minoria étnica constituem partes inseparáveis da República Popular da China. Terceiro, as políticas do governo central são coerentes e claras e sua atitude sobre os contatos e consultas com o Dalai Lama é séria. O ponto essencial é que o Dalai Lama deve fazer uma introspecção e corrigir sua posição política e seu comportamento, além de dar coerência a suas palavras e ações, a fim de criar condições para a melhora das relações com o governo central."
Segundo Zhu, surgiram desta vez divergências significativas entre as duas partes. Os representantes privados do Dalai Lama apresentaram o "Memorando para a Autonomia Real de Todo o Povo Tibetano", que é cheio de postura separatista.
O "memorando" argumenta que "o governo do Tibete no exílio é representante dos interesses do povo tibetano. Quanto a isso, Zhu destacou que os representantes dos povos de todas as etnias do Tibete são o governo popular central da China e o governo popular da Região Autônoma do Tibete, sob a direção central. O alegado "governo exilado" foi resultado da fuga de um pequeno grupo de separatistas após seu fracasso na sublevação desencadeada em 1959. O grupo realizou atividades de separação e sabotagem durante décadas e sua existência é ilegal.
"Aceitamos somente consultas com Lodi Gyari e outras pessoas como representantes pessoais do Dalai Lama e falamos apenas sobre a desistência do Dalai Lama da posição separatista para obter o entendimento do governo central e do povo de todo o país e resolver a questão do futuro. Não discutiremos a 'questão do Tibete'".
O "memorando" também propôs a "integração de todas as regiões autônomas dos tibetanos como uma região autônoma" e a adoção da alegada "autonomia real". Zhu assinalou que o estabelecimento das regiões autônomas dos tibetanos foi efetuado com base dos princípios constitucionais, respeitando plenamente os fatos históricos e tomando em consideração geral as condições política, econômica e real.
"O 'memorando' alistou as cláusulas da 'autonomia real', contrariando a política de liderança unificada central e autonomia regional de minoria étnica e tentando negar, limitar e enfraquecer os direitos do governo central, negar a suprema competência legislativa da Assembléia Popular Nacional e pretendendo até mesmo alterar a Constituição de modo a que o grupo separatista possua de fato os direitos de um país independente."
Zhu disse que a atitude do governo central é coerente e a única coisa que o Dalai Lama pode fazer é renunciar a sua posição de separar o país e pôr fim a suas atividades separatistas.
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