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(GMT+08:00) 2006-06-15 16:14:55    
Visita à Galeria de Tesouros do Palácio Imperial

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A Cidade Proibida, conhecida também como Palácio Imperial, servia como residência das últimas duas dinastias feudais chinesas: Ming e Qing. Ela preserva, de forma intacta, o complexo palaciano mais completo do mundo, além de possuir um grande e precioso acervo, considerado tesouro da cultura oriental. No programa de hoje, faremos uma visita a uma de suas galerias.

A Galeria de Tesouros fica no Palácio da Tranqüilidade e Longevidade, cuja construção foi ordenada pelo imperador Qianlong, da dinastia Qing, há mais de 300 anos. A Galeria dispõe de seis salas para exibição e ocupa 2.200 metros quadrados. Objetos de ouro, prata, jade, jadeíta, pérolas e pedras preciosas, totalizando 311 peças, são exibidos e, na sua maioria, são únicos, segundo a diretora responsável pelas peças antigas do Palácio Imperial, Zhang Rong. Alguns eram tributos aos imperadores dedicados pelos funcionários regionais e outros eram obras feitas por conhecidos artesãos de todo o país. As peças representam o nível mais elevado do setor da época.

Entre as obras exibidas, merece destaque o Baiyubei (pequeno copo especial acompanhado de tampa e bandeja). Feito de jade branco, o copo deitado na bandeja de ouro parece um lótus desabrochando. De acordo com Zhang Rong, a matéria-prima provém da terra de jade, Hetian, na região autônoma Uigur de Xinjiang.

"O jade de Hetian é o mais valioso de todas as pedras preciosas. É fino e dotado de uma cor quente e brilhante".

Outra xícara feita de ágata desperta atenção pelo seu design engenhosamente concebido. Sua alça é em forma de um animal cujas garras seguram a borda da xícara e o rabo fica escondido por baixo da peça.

Tianhuang é uma matéria pedral produzida na província de Fujian. Leva a cor amarela escura e motivos brancos. Na antiguidade, tianhuang tinha o mesmo valor do ouro. Mesmo hoje em dia, um grama de tianhuang vale dez mil yuans. Na Galeria, pode-se visualizar um carimbo feito com tianhuang. Este, era o favorito do imperador Qianlong que, posteriormente, foi transmitido para seu neto. O último imperador Puyi largou tudo, exceto o carimbo, quando foi expulso da Cidade Proibida. Somente na década de 50 foi que ele doou o carimbo ao país.

A vida das concubinas dos imperadores era sempre um mistério. Na exposição, pode-se ter acesso aos objetos cotidianos usados por elas, inclusive o certificado de casamento. No papel, eram registradas em Chinês e Manchu regras que a concubina tinha que respeitar. Cada peça representa uma posição. Diz-se que só a imperatriz tinha o direito de usar brinco com três pérolas, enquanto as concubinas podiam trajar apenas uma.

A Sala de Felicidade e Longevidade fica ao lado da Galeria. Era a residência da imperatriz Cixi, considerada o lugar mais confortável da Cidade Proibida. Agora, ela foi transformada numa sala de exibição de objetos maiores, como a escultura de jade que mede dois metros e pesa cinco toneladas. Sun Liqiu, guia voluntária da casa, explicou que as matérias vêm de Xinjiang, depois foram transportadas para Yangzhou, cidade ao sul da China, onde a técnica de esculpir era a mais alta da China. Quando a escultura era terminada, voltava para Beijing, demorando ao total dez anos. Os gastos financeiros e com mão-de-obra são inestimáveis.

Sun continuou:

"De acordo com registros históricos, naquela época, foram construídos poços a cada 1,5 quilômetro para facilitar o transporte de materiais muito pesados. Ou seja, pegava-se água do poço e jogava na estrada. Dessa forma, como era muito frio no inverno, a água atirada no chão congelava rapidamente, fazendo com que as carroças (meios de transporte da época) deslizassem, movendo-se facilmente. Levava três anos a translação de Xinjiang a Beijing. O jade foi esculpido com base na pintura Dayu contém inundação, uma história lendária chinesa".

Travis Farnsworth, turista estadunidense, ficou muito impressionado com a obra-prima e expôs sua admiração:

"Achei muito interessante esta antiga escultura. Gostei de seus detalhes e design".

O poço da Concubina Pérola, localizado na esquina nordeste da Galeria, é outra atração à parte. A concubina Pérola era a esposa favorita do imperador Guanxu. Em 1900, aos 24 anos, ela foi assassinada nesse poço pela imperatriz Cixi, por apoiar a reforma do imperador Guanxu.