China Radio International
(GMT+08:00) 2006-06-15 10:53:06    
Cidades do Delta do Rio da Pérola

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Quando viajo pela China não posso evitar de sentir-me em mais de um país. De tão diferente que é a paisagem de uma cidade para outra, como bem poderiam concordar os própios chineses, quando se compara cidades tão diversas como a metrópole comercial de Shanghai e o patrimônio cultural chamado Lijiang. Algo disso experimentei em minha recente viagem a Guangdong, a conhecida pela fortuna, cujo dialeto e cozinha diferem completamente de Beijing. Além disso, as pessoas parecem diferentes. A minha confusão, contudo, se deu quando tive que pagar com a mesma moeda nacional,o RMB, válida em todo o país.

A província de Guangdong é um paraíso para as compras, e não pelo prazer das tranqüilas cidades de Guangzhou, Shenzhen e Zhuhai, principais atrações meridionais, que organizam pacotes turísticos para os interessados nesta atividade. Guangdong parece ter escapado da realidade, sendo um exemplo do que se espera da China em 20 anos: riqueza e abundância.

Cidade das Cinco Cabras

Guangzhou também é conhecida como a cidade das cinco cabras, monumento este igual ao número de quadrúpedes que estão sobre a colina de Yuexiu. A legenda, segundo a qual, há muito tempo, cinco dessas cabras, cada um com uma espiga de arroz na boca, desceram do céu. Esta espécie de profecia foi confirmada na atualidade com a abundância de alimentos na cidade.

Em Guangzhou há de tudo que se pode desejar os novos ricos chineses: hotéis de luxo, campos de golfe, parques aquáticos e muito mais. Agora entendo a razão das noções de ócio que se vinculam a acumulação de riqueza com características chinesas. Mostra disso é o restaurante Tigre Branco, parte do complexo Chym Long, no qual serve excelentes pratos, mas impressiona sobre tudo porque desde as mesas é possível observar famílias inteiras de tigres, que com indiferença andam pela área.

Outro lugar digno de admirar é o Parque de Safaris Chym Long. Os visitantes podem subir a um ônibus conversível, do qual se pode ver os animais. Vi pandas, leões e tigres; também antílopes e girafas, que inclusive pude tocar. Não há barreira entre os visitantes e os leões e leopardos, com exceção de uma estreita fossa. Perguntei por que os animais não procuram escapar nem atacar os curiosos turistas. Confesso que segui sem resposta satisfatória, mas sobrevivi. Tão pouco não há notícia de animais que escaparam. Talvez os administradores do parque tenham um pacto secreto com São Francisco de Assis.

Maravilhas em miniatura da China e o mundo de Shenzhen

Com apenas 25 anos de história, Shenzhen é uma das cidades mais jovens da China e um modelo para a política de reforma e abertura. A abundância material da cidade com habitantes com salários mensais em média de $450, se contrasta com a realidade no resto da China. Shenzhen foi a primeira zona econômica especial do país, e hoje acolhe a 20.000 empresas e fábricas com capital de 65 países. Sua maior investidora, sem embargo, é a Região Administrativa Especial de Hong Kong. Entre o mar de arranha-céus de Shenzhen se levanta a imponente Shenzhen Empire, construída em 1994. A uma altura de 389 m, é o terceiro edifício mais alto da Ásia. Quem critica Shenzhen lhe chamam de deserto cultural, onde tudo se reduz a comprar. Podem carecer de monumentos históricos, mas há muitas opções de diversão para quem as buscam.

Shenzhen tem quatro grandes parques temáticos: China Esplêndida - uma exposição das vistas e monumentos mais famosos do país, em miniatura; Abertura ao Mundo - uma mostra semelhante, mas dedicada a maravilhas paisagísticas do mundo; As Aldeias de Folclore ? habitat modelo de 55 minorias étnicas da China, com suas culturas e tradições; e o Reino Feliz - equivalente chinês da Disneylândia, cuja montanha russa gigantesca tem duas voltas impressionantes. Encarecidamente as recomendo.