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(GMT+08:00) 2006-04-13 09:20:12    
Cangzhou---terra do Wushu

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A prefeitura de Cangzhou situa-se a mais de duzentos quilômetros a sul de Beijing, nas margens do Antigo Canal. Nesta prefeitura de catorze distritos e que conta mais de 600 pequenas escolas e grupos de wuzhu, há mais de 50 mil praticantes desta antiga arte de combate.

Longa história

O wushu em Cangzhou tem uma longa história. Segundo os registros da História de Gong Shui, dinastia Han, há mais de 1700 anos, na dinastia Han do Leste, o wushu já era muito popular em Cangzhou. No leste, Cangzhou é banhada pelo Bohai e a oeste, limitada pela montanha Taihang, a norte, encontram-se Tianjin e Beijing, grandes cidades. Os locais foram obrigados a praticar artes marciais para se defender porque Cangzhou foi sempre um lugar de disputas militares ao longo da história e os locais sofriam a exploração e opressão dos déspotas e funcionários locais. Este lugar também era local onde eram desterrados os presos, entre quem muitos tinham alto nível de wushu. Assim levando as artes marciais para Cangzhou. Por exemplo, Lin Chong, um dos personagens do romance clássico chinês À beira da Água, foi um dos treinadores de artes marciais das forças armadas da dinastia Song (960-1280). Falsamente acusado, foi preso e desterrado para Cangzhou, onde uniu o povo a quem ensinou wushu.

Contos e histórias

O wushu de Cangzhou divide-se em muitas escolas e especialidades com uma própria história.

Durante o reinado de Qian Long (1736-1796) da dinastia Qing, Sun Tong, chamado pernas de ferro, abandonou a sua terra natal- Tai'an da província de Shandong--- para ir procurar nova vida no nordeste. Quando chegou a Cangzhou viu um grupo de homens fortes assaltando um viajante e ficou muito zangado. Subjugou-os e finalmente os bandidos ajoelharam à sua frente suplicando-lhe que os deixasse aprender wushu consigo. Ao saber que eles eram obrigados pela pobreza a roubar, tomou-os como discípulos. Sun Tong herdara os segredos do boxe yangqing, arte que ensinou aos habitantes locais.

Durante o reinado de Já Qing (1796-1821) da dinastia Qing, um homem rico que se chamava Yin Yuwen não queria ser funcionário e desprezava a fama, mas admirava os que dominavam o wushu. Ao saber isso, um monge que dominava o estilo gongli foi visitá-lo e ensinou-lhe a sua arte, com que não só podia defender-se, mas também curar doenças e fortalecer o corpo. Foi a partir daí que o gongli se popularizou e gradualmente formou uma das escolas do wushu.

No princípio do presente século, na cidade de Cangzhou foi estabelecida uma escola provincial de wushu de Hebei. Nesta escola foram ensinadas seis grandes modalidades de boxe, a saber, os boxes yangqing, liuhe, taizu, gongli, xingyi e huanquan. Em 1984, Cangzhou contava quinze escolas com 27 modalidades de wushu.

Hábitos antigos

No sudeste da cidade de Cangzhou há uma rua estreita que se chama yihejie, lugar donde são originários Wang Ziping e outros excelentes praticantes de wushu. Atualmente, ambos os lados da rua existem várias pequenas escolas de artes marciais, oficialmente registradas umas individuais outras. De manhã e à noite, anima-se com praticantes que se exercem. Cada ano, na primavera, a prefeitura de Cangzhou organiza um torneio de wushu, entre os participantes muitos são da yihejie.

No passado, quem queria aprender wushu devia ser levado pelos seus pais a casa dum mestre com uma carta de pedido. Ao entrar na casa do mestre, ajoelhava-se frente a ele levantando a carta acima da cabeça e o mestre enunciava as regras e disciplinas da aprendizagem do wushu. Depois, almoçavam juntos, e assim terminava a cerimônia de admissão. Os discípulos deviam sempre respeitar o mestre e este não só ensinava as artes de lutar, mas também educava o discípulo nas virtudes do wushu, ensinando sempre que o wushu não deve ser usado para maus fins. Todos os anos, muita gente, vinda dos quatro cantos do país, se desloca a Cangzhou para aprender wushu.