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(GMT+08:00) 2006-03-21 09:23:45    
Exposição em Beijing reúne obras da Renascença italiana

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O Ano da Itália na China 2006 está fantástico. Um dos pontos altos das comemorações culturais está sendo promovido pelo Museu da Arte Mundial de Beijing. A exposição Arte da Renascença Italiana, que reúne mais de 80 obras de arte, incluindo pinturas, esculturas e artesanatos produzidos entre os séculos XIII e XVII, está provocando furor entre os chineses. O acervo pertence a doze museus de Florença, berço do Renascimento Italiano. É a maior do gênero já realizada na China.

O diretor do Gabinete de Reforma do Departamento de Proteção e Atividade de Patrimônios Culturais da Itália, Giuseppe Proiett, assim qualificou o evento:

"É pela primeira vez que montamos de forma tão concentrada e magnífica significativas obras de arte desse período fora de nossas fronteiras nas últimas décadas. Este não é um país qualquer. A China se iguala à Itália em termos de história e tradição cultural. Podemos dizer que os dois países são os respectivos berços da cultura oriental e ocidental. A exposição oferece preciosas oportunidades para que os dois povos aprofundem a compreensão mútua, conheçam suas culturas, bem como entendam as contribuições concedidas por suas civilizações à humanidade".

O valor do acervo supera a casa de 300 milhões de euros. Pudera: nomes como Da Vinci, Rafael, Tiziano e Caravaggio lideram a lista de gênios que estão expostos na China.

Entre todas as telas a óleo expostas, destaca-se Davi com a Cabeça de Golias, uma das mais significativas obras de Michelangelo Merisi Caravaggio.

A tela, produzida entre 1606 e 1610, mostra Davi segurando a cabeça decapitada de Golias, que na verdade, é a cabeça do próprio Caravaggio - um auto-retrato do pintor, com expressões magoadas e desesperadas, sendo talvez um resumo do estado de espírito do artista nos seus últimos anos da vida.

Colocado isoladamente numa vitrina hermética, o croqui de Leonardo Da Vinci, Cabeça de Mulher - o primeiro manuscrito do mestre exibido na China -, despertou enorme atenção dos visitantes, que possuem também a oportunidade ímpar de apreciar de perto obras clássicas como Portait of a Young Woman, de Piero Pollaiuolo, e Madonna and Child, de Masaccio.

A técnica de multimídia é amplamente empregada na montagem da exibição. O intuito é criar um ambiente correspondendo ao fundo histórico e cultural de cada obra. Segundo o designer da mostra, Giovanni Bulian, a exibição pretende revelar ao público chinês a história italiana embutida nas suas obras artísticas.

"É extremamente emocionante até para os próprios italianos poderem ver numa vez tantas obras artísticas. Queremos apresentar aos chineses tudo que se relaciona com elas - as histórias escondidas, as paisagens, os autores e suas experiências, tc. Os escaparates e as luzes especialmente montadas para a exposição permite aos visitantes perceber melhor o valor das obras".

A exposição é agora o foco do setor cultural de Beijing. O ministro da Cultura, Sun Jiazheng, explicou o significado do evento.

"Encontramo-nos sempre o termo "arte". O que é arte? A arte é na verdade um portador e um meio de manifestações de sentimentos humanos. Os artistas expressam seus sentimentos, que combinam com sua nação em determinadas épocas. Para compreender a esplêndida cultura italiana, é preciso recorrer aos seus grandes artistas. A compreensão mútua das respectivas culturas constitui sem dúvida a base mais sólida para a criação e a manutenção das relações estratégicas definidas por dois países".