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(GMT+08:00) 2006-02-15 09:05:19    
Presidente brasileiro pede reformas na ONU e OMC

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O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva reclamou em recente giro pela África reformas na ONU e na Organização Mundial de Comércio.

Com as mudanças, os países pobres já têm grande representatividade na ONU e na OMC, expressou Lula, quem visitou a Argélia, Benin, Botswana e África do Sul.

O giro de Lula que concluiu no domingo passado foi a quinta na África desde que tomou a posse em Janeiro de 2003.

Na primeira escala de viagem em Argel, o presidente afirmou que a ONU necessita mudar, não pode continuar como há 60 anos.

"A geografia mudou, a política mudou, a economia mudou e a geografia comercial modou também. É necessário mais democracia e representatividade na ONU", salintou Lula.

Segundo o mandatário, as decisões do organismo serão efetivamente cumpridas quando todos os continentes e forças políticas estejam representados na ONU.

A visita à Argélia rendeu frutos, com um protocolo para a redução de tarifas que diminuirá o déficit comercial bilateral em razão das compras de petróleo que o país sul-americano faz a seu sócio africano.

Por outra parte, empresas brasileiras participarão com apoio do governo de Lula na licitação para construir uma rota transmagrebiana que terá um custo de sete mil milhões de dólares.

Na segunda escala de seu giro pela África, nomeadamente Benin, onde residem cerca de cinco mil descendentes de escravos brasileiros que regressaram a terras africanas quando foi abolida a escravidade no país latino-americano.

"Benin me emocionou porque fomos visitar o Portal sem Retorno, que era por onde os escravos saíram para vir ao Brasil e também visitar o lugar por onde voltaram seus descendentes".

Finalmente, Lula chegou no domingo à África do Sul, onde participou da Cúpula de Governos Progressistas em Pretória.

Assistiram a reunião de Chefes de Estado dos cinco continentes, o secretário-geral da OMC, Pascal Lamy, e o comissário europeu de Comércio, Peter Mandelson.

No encontro, Lula reclamou mudanças em funcionamento da OMC para que as decisões deixem de ser tomadas por consenso dos 148 países membros e passem a ser resultado das votações por maioria.

A política de consenso é maravilhosa. Porém, pode dificultar qualquer negociação, explicou Lula.

Segundo análises do presidente brasileiro, a decisão por consenso é uma contradição nos organismos multilaterais, já que os países pobres, apesar de compor a maioria, acabam no tendo peso nos resultados dos acordos.

Lula propos a primeiro-ministro britânico Tony Blair a realização de uma cúpula entre os governantes do Grupo dos 8 países mais poderosos com representantes do G20 em desenvolvimento que exigem a abertura agrícola.

A proposta busca a abertura de um canal de negociação mais rápida para concluir o debate das negociações da rodada de Doha da OMC que corre o risco de terminar num fracasso.

Ele ainda se mostrou interessado na iniciativa e compartiu a ideia de que a rodada de Doha conclúia o mais rápido possível, enquanto Blair adiantou que em primeiro, analisará a situação com seus parceiros da UE.