A China e os Estados Unidos assinaram ontem (8) em Londres o memorando de entendimento de comércio de produtos têxteis e vestuários. Pelo acordo, o aumento das exportações de 21 tipos de produtos têxteis chineses aos Estados Unidos será restringido voluntariamente entre 1 e 17% até 2008. Economistas e empresários do setor têxtil chinês consideram que a assinatura do acordo crie um ambiente de estabilidade comercial entre os dois países.

O documento assinado pelo ministro do Comércio da China, Bo Xilai, e pelo representante comercial americano, Rob Portman, pões fim aos litígios comerciais têxteis entre as duas partes.

Bo Xilai afirmou que a assinatura do documento favorece ambas as partes. Os países desenvolvidos devem compreender que a integração comercial dos produtos têxteis é uma tendência irreversível e que a criação de restrições comerciais é inconveniente. Depois de assinatura do documento, o representante comercial americano, Rob Portman, afirmou que a conclusão do acordo comprova que as duas partes são capazes de solucionar os conflitos comerciais e que sua assinatura se deveu às mútuas concessões.

Ele disse: Os Estados Unidos fizeram concessões relativamente grandes quanto ao aumento quantitativo das exportações de produtos têxteis. Antes queríamos um aumento anual de 7,5%, mais acabamos concordando com um aumento entre 10 e 17% por ano até 2008.

O acordo vigorará entre o dia primeiro de janeiro de 2006 e o dia 31 de dezembro de 2008.

Desde que a Organização Mundial do Comércio (OMC) anulou o sistema de quotas no comércio de produtos têxteis, em primeiro de janeiro deste ano, os Estados Unidos começaram a restringir as importações de produtos têxteis chineses a pretexto de que o seu aumento perturbou o mercado interno. A atitude provocou os atuais litígios entre as duas partes e trouxeram negativas influências sobre o comércio bilateral.

Personalidades do setor consideram que a assinatura do documento corresponde aos interesses comuns das duas partes e favorece o desenvolvimento estável das relações econômicas e comerciais bilaterais, afirmando que o acordo concluído depois das negociações que duraram 6 meses vão aliviar os conflitos comerciais bilaterais e criar um bom ambiente para a visita do presidente George W. Bush à China, prevista para acontecer no fim deste mês.

O porta-voz da Associação da Industrial Têxtil da China, Sun Huaibing, comentou o acordo.

Ele afirmou: Apesar de estabelecer restrições voluntárias sobre as exportações de produtos têxteis chineses aos Estados Unidos entre 2006 e 2008, ? conclusão do acordo elevou a estabilidade comercial entre as duas partes. A restrição voluntária em geral é melhor do que a adoção de medidas de salvaguardas.

Sun acrescentou que a assinatura dos acordos sobre a exportação de produtos têxteis chineses com os Estados Unidos e a União Europeia (UE) não implica na possibilidade de novos e semelhantes conflitos comerciais. Diante desta situação o setor têxtil da China tem que elevar a qualidade de seus produtos, a fim de elevar sua competitividade internacional.