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(GMT+08:00) 2005-09-27 09:35:34    
Terminado 12ª Feira Internacional de Livros em Beijing

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A 12ª Feira Internacional de Livros de Beijing foi um sucesso. Ela teve 1.099 estandes, com um aumento de 10% frente ao ano passado. Cerca de 48 países e regiões participaram o evento ocorrido entre os dias primeiro e cinco de setembro.

 

O mercado de publicações é apontado como um dos mais fechados da China. Antes da década 80 do século passado, o setor de publicações da China era parte indispensável do domínio ideológico do País. A imprensa e as editoras eram estatais e monopolizavam o mercado. Na década 90, o setor começou a se entrosar com o mundo: em 1992, a China promulgou a Lei de Direitos Autorais a aderiu a diversas convenções internacionais. Nos fins de 2001, a China foi admitida pela OMC. Para cumprir os compromissos assumidos, acelerou a reforma e abertura do segmento. Atualmente, mais de 570 editoras lançam anualmente 200 mil tipos de livros, contra as dez mil dos anos 80. Dois mil jornais e oito mil publicações periódicas circulam pelo país.

 

O chefe da Administração Estatal da Imprensa e Publicação da China, Shi Zongyuan, avalia que os números tornam a China um gigante mundial do mercado. Porém, revela, o setor enfrenta muitos problemas.

 

"A China é um dos maiores mercados do mundo nesta área. Porém, ainda há grandes potencialidades. Por outro lado, o setor apresenta uma série de dificuldades. Não é muito competitivo. Por isso, temos que reforçar intercâmbios e cooperações com empresas estrangeiras".

 

Pequena escala, pirataria e menor competitividade são as questões que afetam o segmento. Além disso, o grande déficit comercial de direitos autorais é o outro obstáculo que desafiou. Segundo estatísticas da Administração Estatal de Direitos Autorais, entre 1995 e 2004, a porcentagem média de venda e compra de direitos editoriais da China foi de 1:10. O destinatário principal das vendas chinesas são as Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e de Macau e o sudeste asiático. O conteúdo da venda refere-se às culturas tradicionais chinesas tais como medicina, artes marciais e literatura clássica enquanto sua compra provém principalmente da Europa e dos Estados Unidos e sua área inclui tecnologia, economia e literatura.

 

A alta funcionária do Gabinete de Imprensa da China, Wu Wei considerou:

 

"As informações ocidentais que fluem para os países em desenvolvimento são 100 vezes maiores que os países do terceiro mundo exportam. Esse desequilíbrio desfavorece o conhecimento sobre a China".

 

Para mudar tal situação, em julho de 2005, o governo chinês promoveu um "Programa de Popularização de Livros Chineses no Exterior" e incentivou as editoras estrangeiras a divulgarem livros no seu país sobre a China.

 

Segundo se informou, a partir desta Feira, será selecionado um país foco. Nesta edição, a França foi a escolhida. Vários escritores franceses compareceram à Feira para se encontrar com leitores chineses. Foi estabelecida uma área para venda de livros franceses em Chinês. Também foram expostas algumas obras divulgadas na China sobre aquele país europeu.

 

A presidente da Associação Internacional de Editores, Ana Maria Cabanellas, crê que as cooperações sejam cada vez mais amplas. Ela discursou no Fórum de Publicações Internacionais da Feira:

 

"Os editores de cada país não são isolados, têm que compartilhar as experiências e idéias. Almejo saber as opiniões dos editores chineses".

 

Ana acreditou que o grande mercado de leitores chineses garantirá uma boa perspectiva para o setor de publicações de livros do mundo.

 

Há pouco, a China promulgou três documentos sobre a participação de capitais não públicos e de investimentos estrangeiros no segmento cultural da China, esclarecendo algumas questões sobre o andamento da reforma do mercado de publicações.