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(GMT+08:00) 2004-07-07 09:48:46    
As bordadeiras de Zhenhu (1)

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A pequena vila de Zhenhu, no distrito Wu, a cerca de 80 quilômetros ao Oeste da Suzhou, é a terra natal de uma das tradicionais artes chinesas: os bordados de Suzhou. Os bordados internacionalmente conhecidos são artesanais. Elaborados por delicadas mãos femininas, eles acabaram concedendo uma grande fama às suas artífices.

A vila de Zhenhu concentra oito mil bordadeiras. Cerca de cinco gerações de mulheres constituem inúmeras casas de bordado na região. Os segredos desta arte são acumulados pelas famílias. Uma parte de suas receitas financeiras é gerada pela venda destes produtos artesanais. Após o término das tarefas domésticas e do árduo trabalho no campo, as mulheres tomam seus bastidores, a fim de elaborar seus bordados. As mulheres passam horas ornando suas obras de arte enquanto dialogam com seus maridos ou amigas. O lucro é normalmente entregue aos seus maridos, a fim de colaborar com o orçamento familiar.

Com a expansão da indústria de serviços, um número crescente de turistas chineses e estrangeiros visita a cidade de Suzhou. O circuito para a compra de bordados de Suzhou tornou-se indispensável aos que pretendem levar uma lembrança de sua estadia na região.

A tradição dos bordados de Suzhou remonta ao período dos Reinos Combatentes, época que era a Capital do Reino Wu. Segundo as versões mais aceitas, a elaboração dos bordados começou século VI a.C.

Durante a Dinastia Tang, as atividades ligadas a este tipo de artesanato conheceram uma grande expansão e tinham a ver a religião. As peças descobertas em alguns sítios arqueológicos perpetuaram as imagens de buda.

A dinastia Song criou uma política voltada ao estímulo à produção do bordado, atendendo às necessidades do mercado e aos admiradores da arte incutida em suas na mescla dos bordados, pinturas e caligrafias.

Durante a Dinastia Ming, a região tornou-se um importante pólo de produção da seda. A zona leste de Suzhou concentrava a maior parte destas atividades. As famílias criavam os bichos de seda, a fim de obterem a matéria prima necessária para a confecção de tecidos e bordados. Os bordados também se tornaram um hobby entre as descendentes das ricas famílias e numa receita apropriada para moderar o temperamento e matar o tempo. As artesãs criaram novas técnicas para confecção, pintando primeiro as formas que posteriormente iriam dar vida aos bordados.

As atividades conheceram o auge durante a dinastia Qing, a última das dinastias chinesas. Quase todos os bordados utilizados na corte imperial eram provenientes da região de Suzhou. Durante o governo do imperador Guang Xu, em 1904, uma das obras de arte elaboradas por Shen Yunzhi - "Alice, a imperatriz italiana"- foi oferecida ao governo italiano. Outra obra de Shen, a " Imagem de Jesus", exposta no Salão Internacional de Artes Panamá-Oceano Pacífico, realizado pelos Estados Unidos em 1951, foi avaliada em U$13 mil. Shen também foi responsável pela criação de escolas voltadas para a arte dos bordados em Suzhou, Wuxi, Danyang e Chanshu, na Província do Jiangzu. Shen também ministrou vários cursos em Suzhou , Beijing e Tianjin.