A China e o Brasil emitiram ontem (24) em Beijing um comunicado conjunto em que prometeram fortalecer sua parceria estratégica. O comunicado está firmado pelo presidente chinês, Hu Jintao e pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em visita oficial a China.
O comunicado indica que os dois presidentes mantiveram conversações frutíferas sobre as relações bilaterais e outros assuntos internacionais e regionais de interesse comum. As duas partes também firmaram vários documentos sobre a melhora da cooperação bilateral.
As duas partes crêem que a visita do presidente Lula à China tem alcançado resultados muito positivos, o qual vai impulsionar todavia mais o desenvolvimento da parceria estratégica bilateral, disse o documento.
Segundo o comunicado, as duas partes estão satisfeitas com o desenvolvimento das relações China-Brasil nos 30 anos passados e com os importantes resultados na cooperação bilateral em diversas áreas.
Para melhorar a parceria estratégica China-Basil, as duas partes acordaram em desenvolver as relações bilaterais baseadas em seguintes quatro princípios:
? Manter consultas regulares e promover a confiança política mútua;
? Apegar-se a reciprocidade e benefício mútuo e ampliar os intercâmbios no comércio;
? Continuar as consultas e coordenação e fortalecer a cooperação internacional;
? Promover os intercâmbios não governamentais e incrementar o entendimentos mútuo.
Quando fizer um retrospecto do progresso alcançado na cooperação nas áreas de economia, comércio, ciência e tecnologia, sociedade e cultura, as duas partes acordaram levar a cabo os acordos de cooperação firmados e ampliar continuamente as novas áreas de colaboração, a fim de beneficiar ambos os povos.
As duas partes decidiram estabelecer um comitê China-Brasil sobre coordenação e cooperação de alto nível para que assessore sobre as relações bilaterais, e o comitê vai ser presidido pela vice-primeira-ministra da China, Wu Yi e pelo vice-presidente brasileiro, José Alencar. A operação do comitê será estabelecida através de canais diplomáticas.
Com respeito ao uso pacífico do espaço exterior, Brasil felicitou a China por seu exitoso primeiro vôo espacial tripulado. As duas partes estão satisfeitas com a cooperação sem contra tempos em programas de satélites. A cooperação no sensoreamento ajudará ampliar os avanços existentes e proporcionar a uma terceira parte serviços relacionados aos programas de satélites.
As duas partes têm mantido relações comerciais mais estreitas e o volume do comércio tem crescido anualmente. Em referência ao importante progresso que China tem logrado na restruturação econômica, Brasil está comprometido a trabalhar para aprovar o estatus-co de mercado da China de acordo com um espírito construtivo.
Ambas as partes reiteram seus compromissos à cooperação comercial de longo prazo e estável e a melhora da eficiência da cooperação.
Ambas as partes estão satisfeitas com os documentos de cooperação firmados entre as grandes empresas durante a visita do presidente brasileiro à China e expressaram suas felicitações pelo estabelecimento de um comitê de negócios sino-brasileiro.
Brasil reitera seu apego à política de uma China, está de acordo em que Taiwan e o Tibet são partes inseparáveis da China e se opõe a qualquer ação unilateral destinda a separar Taiwan da China, a agravar a tensão entre os dois lados do Estreito de Taiwan e a conduzir a "independência de Taiwan".
Ambas as partes insistem em democratização das relações internacionais e a multipolarização mundial, as quais consideram como elementos fundamentais para enfrentar as ameaças e desafios mundiais e regionais e para resolver as disputas pacificamente.
As duas partes apoiam a autoridade e papel da ONU na salvaguarda da paz, segurança e desenvolvimento mundiais e consideram crucial reforma da ONU, incluindo o Conselho de Segurança. Os dois países apoiam a reforma necessária e razoável do Conselho de Segurança, com o fim de fortalecer o papel dos países em desenvolvimento para dar ao Conselho mais representativo e democrático.
China valoriza o papel e influência do Brasil na esfera internacional e apoia os esforços brasileiros para desempenhar um papel mais importante na ONU e em outras organizações multilaterais.
Ambas as partes se manifestam fortemente contra o terrorismo em qualquer forma e estão de acordo em que devem tomar medidas necessárias contra o terrorismo para erradica-lo. Ambas as partes exortam a comunidade internacional a que intensifique a cooperação e ponha ênfases em papel da ONU a respeito.
As duas partes sustentam que o desenvolvimento se faz cada vez mais importante num sentido mundial, e que a comunidade internacional deve fortalecer a cooperação para promover o desenvolvimento econômico e social e eliminar a pobreza, prejuízos e desigualdade.
A China aprecia os esforços do presidente Lula para erradicar a pobreza. As duas partes estão de acordo em que os dois governos devem fortalecer os intercâmbios e cooperação em esta área e promover a redução da pobreza a nível mundial.
As duas partes pedem interesses nos desafios que a globalização econômica provocou aos países em desenvolvimento, e reiteram a importância de consolidar o comércio multilateral sobre bases de igualdade.
As duas partes sustentam que a nova rodada de negociações multilaterais de comércio desempenharão um papel importante na promoção do desenvolvimento em todo o mundo, em particular nos países em desenvolvimento. Portanto, deve-se dar prioridade às preocupações dos países em desenvolvimento na negociação. Sobre esta base, as duas partes destacam o papel central da negociação agrícola e o papel construtivo desempenhado pelas 20 nações coordenadoras.
As duas partes desejam continuar a coordenação na rodada de Doha, a fim de dar à negociação uma verdadeira "rodada em desenvolvimento", através de um resultado conforme os interesses de todas as partes, especialmente com os interesses do mundo em desenvolvimento.
As duas partes reiteram os princípios de universalidade, inseparabilidade e não selectividade dos direitos humanos prescritos no acordo de ação e declaração de Viena. Ambas as partes reiteram que a proteção dos direitos humanos deve referir-se ao dogma e princípios da Carta da ONU.
Nenhuma das duas partes está de acordo em que se politize a questão dos direitos humanos ou que se utilize diferentes critérios na questão. As duas partes reiteram sua disposição de fortalecer os intercâmbios e cooperação na área de direitos humanos. A China aprecia o apoio do Brasil na convenção de Genebra sobre direitos humanos.
As duas partes estão de acordo em que a unidade e cooperação entre as nações em desenvolvimento situadas na região de cada um dos dois países serão conducentes à estabilidade e desenvolvimento das respectivas regiões.
A China aprecia e apoia os esforços realizados pelo Brasil para promover a integração na América Latina, e o Brasil elogia a modernização da China, considerando-a como um estímulo importante para a segurança, estabilidade, desenvolvimento e cooperação na Ásia.
As duas partes sustentam que a parceria estratégica sino-brasileira é uma parte importante das relações sino-latino-americanas e da cooperação transregional entre a Ásia e a América Latina e ambas continuarão promovendo o desenvolvimento das relações.
O Brasil apoia a China para que continue desenvolvendo a cooperação mutuamente benéfica com a América Latina e com organizações regionais, e está a favor de que a China seja um observador da Organização de Estados Americanos (OEA) e membro do Banco Panamericano de Desenvolvimento.
A China apoia a maior participação do Brasil no desenvolvimento da Ásia e sua integração ao Banco Asiático de Desenvolvimento.
As duas partes precisam que a China e o Mercado Comum da América do Sul (Mercosul) são complementares no desenvolvimento econômico e desfrutam de amplas perspectivas para a cooperação comercial e econômica.
As duas partes salientam que o mecanismo de diálogo entre a China e o Mercosul deve ser melhorado continuamente, e que se devem empreender profundas consultas para iniciar o livre comércio e sobre outras questões de interesse comum. Fim
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