China Radio International
(GMT+08:00) 2003-12-12 12:18:01    
Detentores do Nobel de Economia debatem questões econômicas chinesas em destaque

cri Author: Catarina

Nos últimos anos, o rápido desenvolvimento econômico chinês chama atenção da Comunidade Internacional. Mas, muitos duvidam da confiabilidade das estatísticas chinesas em relação ao ritmo de seu aumento e a valorização do renminbi tornou-se o centro das atenções. Recentemente, a nossa reportagem entrevistou Lawrence Klein e Robert Mundell, economistas detentores do Nobel de Economia, ora em visita à China. Eles consideram confiáveis as estatísticas econômicas chinesas e sustentam a manutenção da estabilidade de sua moeda.

Desde o início da Reforma e Abertura em 1978, a economia chinesa tem mantido um rápido aumento. Porém, algumas personalidades ocidentais duvidam da confiabilidade dos dados estatísticos sobre os altos índices de crescimento econômico. Eles consideram que o método estatístico do governo chinês é errôneo e que os dados de crescimento divulgados seriam, de fato, superiores aos reais.

Lawrence Klein não concorda com isso. Para ele, que nos últimos 20 anos acompanha e estuda a economia chinesa, a conclusão é outra: as estatísticas econômicas divulgadas pelas autoridades chinesas são confiáveis. Ele afirmou: "Há nos setores econômicos do planeta uma questão muito contestada, isto é: o ritmo do aumento econômico da China é, ou não, tão rápido como divulga a própria China? Eu e meu colega da universidade temos estudado essa questão durante muito tempo. E chegamos a conclusão de que os dados estatísticos sobre a economia chinesa são cem por cento confiáveis. Os dados que obtemos através de diferentes meios são condizentes com os publicados pelo governo chinês. Portanto, consideramos que a China tem toda a razão de expor tais resultados econômicos."

Em relação ao valor do renminbi, Robert Mundell, professor da Universidade Colômbia, detentor do Nobel de Economia de 1999, afirmou à imprensa que para ele, a moeda chinesa não deve ser valorizada. Se isto ocorrer, trará muitos impactos à economia chinesa e seus parceiros comerciais. Ele disse: "A eventual valorização da moeda chinesa retardaria sua convertibilidade, além de resultar na recessão da economia rural neste país, devido ao rebaixamento de preços dos produtos agrícolas. Além disso, desaceleraria o ritmo do crescimento econômico, que diminuiria dos 7% ou 8% anuais para taxas inferiores a 5%; os índices de desemprego aumentariam drasticamente tanto no campo como nas cidades e se agravaria o problema dos créditos não pagos aos bancos e política monetária ficaria instável."

Ele acrescentou que a valorização da moeda chinesa não ajudaria a superação dos problemas enfrentados pelas companhias norte-americanas, que se deve à alta dependência dos créditos no mercado. A deflação no Japão foi resultado de suas políticas de créditos e não tem a ver com o valor do renminbi. Na recessão econômica global registrada nos últimos anos, a economia chinesa é a única que vem mantendo um sadio comportamento.

O grande aumento das importações chinesas atenuou o processo da recessão global. Neste sentido, a economia chinesa desempenha um grande papel na economia globalizada.
Mundel assinalou que desde o início do ano, a China enfrenta grandes pressões oriundas dos clamores para valorizar o renminbi. Para tanto, o governo chinês adotou uma série de medidas: aumentou as importações e relaxou as restrições sobre o fluxo de capitais. Tais medidas amenizarão o superávit do comércio exterior chinês, a fim de que sua economia mantenha um equilíbrio razoável.